segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Entrevista: Na tertúlia com Jorge Ferreira, árbitro fafense da 1.ª Liga Portuguesa

Texto Abel Castro

Quero dignificar o Núcleo de Árbitros de Fafe e os fafenses…

FafeDesportivo: O árbitro fafense Jorge Ferreira dirigiu, para a Taça da Liga, o jogo Estoril – F.C. Porto, tendo sido opinião unânime, a sua excelente actuação. Dirigir um jogo onde actua o campeão nacional exige alguma preparação diferente?

Jorge Ferreira: Não. Encaro todos os jogos da mesma forma, independentemente das equipas que sejam.

FafeDesportivo: Qual é o diálogo da equipa de arbitragem, em pleno balneário, antes de um jogo grande?

Jorge Ferreira: O jogo começa a partir do momento em que recebemos a nomeação, passa por várias fases. No balneário já estamos concentrados para o jogo, mas não existe nenhum diálogo predefinido em qualquer tipo de jogo.

FafeDesportivo: Sente algum nervoso miudinho antes de apitar um jogo?

Jorge Ferreira: Não, pois é uma paixão que tenho há 16 anos, a qual adoro fazer.

FafeDesportivo: O facto de saber que determinado jogo por si dirigido está a ser transmitido em directo pela televisão aumenta as suas responsabilidades. Como gere tamanha exposição mediática?

Jorge Ferreira: Sabemos que é diferente quando um jogo é transmitido ou não. Em termos de responsabilidade ao nível em que me encontro é a mesma. Giro de uma forma perfeitamente natural, uma vez que continuo a ser o mesmo Jorge Ferreira de quando comecei a minha carreira, sem vaidades, e sempre a lutar por uma causa, a arbitragem.

FafeDesportivo: O que consta no menu de uma equipa de arbitragem antes de dirigir um jogo? Existe alimentação especial?

Jorge Ferreira: Depende sempre da hora do jogo, mas em situações normais, é uma canja, massa esparguete e um bife. Não existe alimentação especial, mas é o recomendável pelos nutricionistas.

FafeDesportivo: Diga-nos qual a quantidade e tipo de material que uma equipa de arbitragem leva para um jogo da Liga…

Jorge Ferreira: Todos os apetrechos dos árbitros (cartões, moedas, bandeiras, apitos, etc.), o SCA (Sistema de Comunicação Áudio), os nossos equipamentos, e os impressos necessários.

FafeDesportivo: Jorge Ferreira foi o sétimo classificado na época passada. Nesta ainda não “explodiu”. Diga-nos porquê…

Jorge Ferreira: Cada época é uma época, não concordo com o explodiu, pois já realizei vários jogos esta época, desde a primeira à segunda liga, na qual somos 25 árbitros e é uma gestão efectuada pelo Conselho de Arbitragem.

FafeDesportivo: Estamos a meio do campeonato. Espera vir a dirigir jogos decisivos da Liga, face ao seu estatuto na arbitragem nacional?

Jorge Ferreira: Para mim todos os jogos são decisivos, desde o primeiro ao último jogo, quando chegar o momento da realização de qualquer jogo, com certeza estarei preparado para dirigi-lo.

FafeDesportivo: Sabemos que para os denominados dérbis o Conselho de Arbitragem nomeia árbitros com experiência internacional. Assim sendo, pelo menos para já, não o teremos por exemplo a dirigir um Benfica – Porto. Não acha que esses são os jogos que dão a possibilidade de um árbitro de menor nomeada, poder afirmar-se?

Jorge Ferreira: Nem sempre acontece que sejam nomeados árbitros internacionais, como por exemplo ainda do jogo Sporting – Benfica, o árbitro na altura ainda não era internacional, como o Paulo Batista já dirigiu dérbis e não é internacional. Não concordo que são estes jogos que fazem a afirmação de um árbitro, os jogos que afirmam os árbitros são os jogos após jogos.

FafeDesportivo: Sabemos que trabalha para ir o mais longe possível na arbitragem. Para quando a internacionalização do Jorge Ferreira?

Jorge Ferreira: Não vou mentir em dizer que era um sonho, mas com os critérios estipulados poderá existir uma réstia de esperança, mas quero pensar jogo a jogo com a certeza de não desiludir quem me rodeia e principalmente dignificar o Núcleo de Árbitros de Fafe e os Fafenses.

FafeDesportivo: Alguma vez pensou não conseguir, no mínimo, a classificação da época passada?

Jorge Ferreira: Como disse anteriormente cada época é uma época e temos casos na arbitragem, em que um árbitro poderá ficar bem classificado numa época e na seguinte até descer de divisão. Assim, não penso em alcançar a classificação da época passada mas sim no trabalho do dia-a-dia para melhorar e ser cada vez melhor, por isso é que treino diariamente.

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