quarta-feira, 11 de junho de 2014

FafeDesportivo à conversa com Paulinho, treinador do G.D. Travassós

FafeDesportivo à conversa com Paulo Soares “Paulinho”

















Texto e Fotos: Abel Castro


- Desde a saída do Russo e do Laureta a equipa perdeu muito

- A responsabilidade da descida é minha

- Na altura recusei um convite para treinar o Porto D'Ave

- Precisamos muitas vezes do nosso Presidente para dar o "murro na mesa"

- Disse ao Marco que tínhamos de fazer alguma coisa, mas não funcionou

- Juniores têm lugar em qualquer equipa da distrital

- Não será fácil subir de imediato ao Pro Nacional

- Agradeço a muita gente, em especial à minha mulher, a minha maior crítica.


FafeDesportivo: Paulinho, inicialmente o plantel do G.D. Travassós foi formado com o objectivo da realização de uma temporada tranquila, sem sobressaltos. A determinada altura desmembrou-se. Conte-nos como tudo isso aconteceu.
Paulinho: É verdade que no início do campeonato ou até mesmo em toda a primeira volta, o G.D. Travassós, fase ao plantel que tinha construído, praticava um futebol ao nível dos melhores, no entanto e por variadíssimos motivos as características da equipa inicialmente trabalhadas e adquiridas, nomeadamente a forte pressão que a equipa fazia quando perdia a bola foram-se perdendo, fase à saída de alguns jogadores muito importantes.
FafeDesportivo: Não foi um risco demasiado ousado ter-se permitido a saída de jogadores que eram considerados nucleares na equipa, caso do Russo que era um poço de energia no meio campo, e mais tarde Pedro Mendes?
Paulinho: Exactamente o que refiro em cima, penso que desde a saída do Russo e do Laureta, a equipa perdeu muito da excelente capacidade de pressão e recuperação da mesma, mas foram estes dois jogadores que quiseram sair, é óbvio que para eles saírem entenderam que existiam situações que os mesmos não gostavam, entendo, porque quando não se é feliz procuramos a felicidade noutro lugar. Quanto ao Pedro Mendes e ao Feirinha, a equipa perdeu completamente a capacidade da transição rápida, mas nestes dois jogadores o assunto foi diferente, tendo em conta que o clube perde nestes quatro jogadores (titulares) grande parte das melhores características que possuíamos, mas são situações de futebol que acontece em todos os clubes.
FafeDesportivo: Até essa altura a posição da equipa não era brilhante. Mas também não fazia prever uma descida de divisão. Julga que foram as opções directivas, que ao prescindir de alguns jogadores foram responsáveis por esta descida?
Paulinho: A responsabilidade desta descida de divisão é minha, os jogadores cumpriram o que lhes pedi, a direção mais na qualidade do Sr. Presidente, cumpriu financeiramente tudo o que tinha prometido, os adeptos sempre nos apoiaram e acreditaram, por isso assumo a minha responsabilidade.
FafeDesportivo: Não seria mais cómodo para si, perante o clima de instabilidade, mudança de Presidente, rescisões, abandonos etc. ter batido com a porta?
Paulinho: Isso aconteceu por duas vezes, achei que o problema estaria na equipa técnica exatamente quando a equipa começou a cair, mas a direção entendeu que o problema não estava em mim e, manteve a palavra comigo, depois mais na parte final e sei que foi de conhecimento publico, por isso não tenho qualquer problema de falar no nome do excelente clube que me fez o convite, o Porto D’Ave, na pessoa do seu director, a qual eu dei a minha palavra, mas as coisas mudaram da noite para o dia, pois o nosso Presidente transmitiu ao balneário que se a equipa técnica saísse ele também o faria, deixando como é evidente o jogadores num estado complicado e, como é evidente fizeram “pressão” uma vez que fui eu e o Marco que os contratamos e, mais uma vez cedi, falhando com a minha palavra ao Porto D’Ave, mas foi por uma situação inédita e complicada para mim, porque nessa altura deveria ter saído mesmo, mas sabia e tinha a certeza que se isso acontecesse o Presidente também o faria.
FafeDesportivo: Orientar tecnicamente uma equipa de futebol numa divisão difícil como é a Pro-Nacional, sem a presença constante de um Presidente junto do grupo de trabalho deve ser prejudicial. Explique-nos…
Paulinho: “ Uma excelente pergunta”…é completamente verdade, eu já tive oportunidade de dizer ao nosso Presidente, que muitas vezes precisávamos dele junto de nós, para dar o dito “ murro na mesa “, mas a ausência dele fazia que fossemos nós a ter todos os papeis possíveis e imaginários no clube, porque no futebol o dinheiro não é tudo e, mesmo tendo tudo em dia com os jogadores, faltavam algumas coisas.
FafeDesportivo: Diga-nos com toda a frontalidade qual foi a altura do campeonato em que sentiu que o Travassós iria ter dificuldades em manter-se no Pró Nacional?
Paulinho: Numa certa altura, disse ao Marco, que tinha que fazer alguma coisa porque senão iriamos cair, “ a chamada sapatada no grupo” e, fizemos algumas coisas, mas não funcionaram.
FafeDesportivo: A par do Esposende, o G.D. Travassós foi a equipa que menos golos marcou. Apenas 29 em 34 jornadas disputadas. O que faltou para se obterem mais golos?
Paulinho: A nossa equipa, com muita sinceridade, desde o início da sua construção, seria talhada para o contra ataque e, erro do adversário, sabíamos a divisão que íamos disputar e, como tínhamos praticamente uma equipa nova, o nosso sistema e modelo de jogo seria em função das duas situações referidas.
FafeDesportivo: Paulatinamente, foi integrando na equipa titular alguns juniores. Reconhece-lhes valor para jogar na equipa sénior já na próxima temporada?
Paulinho: Garanto-lhe que uma grande parte dos juniores que acabaram o percurso de formação, terão lugar em qualquer plantel do campeonato distrital. Foi efectuado um trabalho muito bom por parte dos técnicos ( Sr. Armando e Kapinha) e, também referir que os mesmos jogadores têm muita qualidade e, reconheci isso mesmo, tendo apostado neste campeonato em muitos destes jovens.
FafeDesportivo: Conhecedor como é do clube, e das suas gentes, acha que o Travassós tem condições para regressar de imediato à divisão em que estava? O que faltou ao Travassós para não descer de divisão?
Paulinho: Na minha sincera opinião, não será fácil subir de imediato a esta divisão, que desde já lhe digo, que é um campeonato de excelência, pena que muita gente não se apercebeu disso. Quanto à segunda pergunta, faltou muita coisa, mas dentro dessa muita coisa um pouco de sorte em alguns jogos.
FafeDesportivo: Sabemos que não vai continuar em Travassós. Foi uma porta que se fechou, ou por outro lado tem vontade de um dia regressar?
Paulinho: Quando se dá tudo pelos clubes onde se passa as portas, e tens a consciência tranquila, e sais a bem, nunca se fecham portas
FafeDesportivo: Quais são os seus projectos para a próxima temporada? Passam por continuar a treinar uma equipa da mesma divisão com outros objectivos?
Paulinho: Sou treinador, e como tal tenho que estar preparado para tudo.
FafeDesportivo: Obviamente guarda boa recordações destes quase cinco anos anos ao serviço do G.D. Travassós. Quer deixar algumas mensagens de agradecimentos, ou críticas, para alguém em especial?
Paulinho: Nestas quatro épocas e meia, passaram imensas coisas, conheci imensas pessoas, fica o bom e procuro esquecer rapidamente o mau, mas o balanço é positivo. Quanto às pessoas, tenho um enorme prazer nas amizades que conquistei: desde o Artur Castro, o Rui Castro, o Gil Soares, o Jorge Ribeiro, o Filipe Silva, o Senhor Zeca, o Litos Soares, o Ismael Sousa, o Tony, o Marco Rodrigues, o Paulinho, o Pedro Gonçalves, o Mário João, todos os jogadores que trabalharam comigo nestes anos, um grande agradecimento, mas em especial à minha família em particular a minha esposa, que acompanha todos os meus jogos e é a minha maior critica, um bem-haja a todos.



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