FafeDesportivo à conversa com
Paulo Soares “Paulinho”
Texto e Fotos: Abel Castro
- Desde a saída do Russo e do Laureta a equipa perdeu muito
- A responsabilidade da descida é minha
- Na altura recusei um convite para treinar o Porto D'Ave
- Precisamos muitas vezes do nosso Presidente para dar o "murro na mesa"
- Disse ao Marco que tínhamos de fazer alguma coisa, mas não funcionou
- Juniores têm lugar em qualquer equipa da distrital
- Não será fácil subir de imediato ao Pro Nacional
- Agradeço a muita gente, em especial à minha mulher, a minha maior crítica.
- Na altura recusei um convite para treinar o Porto D'Ave
- Precisamos muitas vezes do nosso Presidente para dar o "murro na mesa"
- Disse ao Marco que tínhamos de fazer alguma coisa, mas não funcionou
- Juniores têm lugar em qualquer equipa da distrital
- Não será fácil subir de imediato ao Pro Nacional
- Agradeço a muita gente, em especial à minha mulher, a minha maior crítica.
FafeDesportivo: Paulinho, inicialmente o plantel do G.D. Travassós
foi formado com o objectivo da realização de uma temporada tranquila, sem
sobressaltos. A determinada altura desmembrou-se. Conte-nos como tudo isso
aconteceu.
Paulinho: É verdade que no início do campeonato ou até mesmo em
toda a primeira volta, o G.D. Travassós, fase ao plantel que tinha construído,
praticava um futebol ao nível dos melhores, no entanto e por variadíssimos
motivos as características da equipa inicialmente trabalhadas e adquiridas,
nomeadamente a forte pressão que a equipa fazia quando perdia a bola foram-se
perdendo, fase à saída de alguns jogadores muito importantes.
FafeDesportivo: Não foi um risco demasiado ousado ter-se permitido
a saída de jogadores que eram considerados nucleares na equipa, caso do Russo
que era um poço de energia no meio campo, e mais tarde Pedro Mendes?
Paulinho: Exactamente o que refiro em cima, penso que desde a saída
do Russo e do Laureta, a equipa perdeu muito da excelente capacidade de pressão
e recuperação da mesma, mas foram estes dois jogadores que quiseram sair, é óbvio
que para eles saírem entenderam que existiam situações que os mesmos não
gostavam, entendo, porque quando não se é feliz procuramos a felicidade noutro
lugar. Quanto ao Pedro Mendes e ao Feirinha, a equipa perdeu completamente a
capacidade da transição rápida, mas nestes dois jogadores o assunto foi
diferente, tendo em conta que o clube perde nestes quatro jogadores (titulares)
grande parte das melhores características que possuíamos, mas são situações de
futebol que acontece em todos os clubes.
FafeDesportivo: Até essa altura a posição da equipa não era
brilhante. Mas também não fazia prever uma descida de divisão. Julga que foram
as opções directivas, que ao prescindir de alguns jogadores foram responsáveis
por esta descida?
Paulinho: A responsabilidade desta descida de divisão é minha, os
jogadores cumpriram o que lhes pedi, a direção mais na qualidade do Sr.
Presidente, cumpriu financeiramente tudo o que tinha prometido, os adeptos
sempre nos apoiaram e acreditaram, por isso assumo a minha responsabilidade.
FafeDesportivo: Não seria mais cómodo para si, perante o clima de
instabilidade, mudança de Presidente, rescisões, abandonos etc. ter batido com
a porta?
Paulinho: Isso aconteceu por duas vezes, achei que o problema
estaria na equipa técnica exatamente quando a equipa começou a cair, mas a
direção entendeu que o problema não estava em mim e, manteve a palavra comigo,
depois mais na parte final e sei que foi de conhecimento publico, por isso não
tenho qualquer problema de falar no nome do excelente clube que me fez o
convite, o Porto D’Ave, na pessoa do seu director, a qual eu dei a minha
palavra, mas as coisas mudaram da noite para o dia, pois o nosso Presidente
transmitiu ao balneário que se a equipa técnica saísse ele também o faria,
deixando como é evidente o jogadores num estado complicado e, como é evidente
fizeram “pressão” uma vez que fui eu e o Marco que os contratamos e, mais uma
vez cedi, falhando com a minha palavra ao Porto D’Ave, mas foi por uma situação
inédita e complicada para mim, porque nessa altura deveria ter saído mesmo, mas
sabia e tinha a certeza que se isso acontecesse o Presidente também o faria.
FafeDesportivo: Orientar tecnicamente uma equipa de futebol numa
divisão difícil como é a Pro-Nacional, sem a presença constante de um
Presidente junto do grupo de trabalho deve ser prejudicial. Explique-nos…
Paulinho: “ Uma excelente pergunta”…é completamente verdade, eu já
tive oportunidade de dizer ao nosso Presidente, que muitas vezes precisávamos
dele junto de nós, para dar o dito “ murro na mesa “, mas a ausência dele fazia
que fossemos nós a ter todos os papeis possíveis e imaginários no clube, porque
no futebol o dinheiro não é tudo e, mesmo tendo tudo em dia com os jogadores,
faltavam algumas coisas.
FafeDesportivo: Diga-nos com toda a frontalidade qual foi a altura
do campeonato em que sentiu que o Travassós iria ter dificuldades em manter-se
no Pró Nacional?
Paulinho: Numa certa altura, disse ao Marco, que tinha que fazer
alguma coisa porque senão iriamos cair, “ a chamada sapatada no grupo” e,
fizemos algumas coisas, mas não funcionaram.
FafeDesportivo: A par do Esposende, o G.D. Travassós foi a equipa
que menos golos marcou. Apenas 29 em 34 jornadas disputadas. O que faltou para
se obterem mais golos?
Paulinho: A nossa equipa, com muita sinceridade, desde o início da
sua construção, seria talhada para o contra ataque e, erro do adversário, sabíamos
a divisão que íamos disputar e, como tínhamos praticamente uma equipa nova, o
nosso sistema e modelo de jogo seria em função das duas situações referidas.
FafeDesportivo: Paulatinamente, foi integrando na equipa titular
alguns juniores. Reconhece-lhes valor para jogar na equipa sénior já na próxima
temporada?
Paulinho: Garanto-lhe que uma grande parte dos juniores que
acabaram o percurso de formação, terão lugar em qualquer plantel do campeonato
distrital. Foi efectuado um trabalho muito bom por parte dos técnicos ( Sr.
Armando e Kapinha) e, também referir que os mesmos jogadores têm muita
qualidade e, reconheci isso mesmo, tendo apostado neste campeonato em muitos
destes jovens.
FafeDesportivo: Conhecedor como é do clube, e das suas gentes, acha
que o Travassós tem condições para regressar de imediato à divisão em que
estava? O que faltou ao Travassós para não descer de divisão?
Paulinho: Na minha sincera opinião, não será fácil subir de
imediato a esta divisão, que desde já lhe digo, que é um campeonato de
excelência, pena que muita gente não se apercebeu disso. Quanto à segunda
pergunta, faltou muita coisa, mas dentro dessa muita coisa um pouco de sorte em
alguns jogos.
FafeDesportivo: Sabemos que não vai continuar em Travassós. Foi uma
porta que se fechou, ou por outro lado tem vontade de um dia regressar?
Paulinho: Quando se dá tudo pelos clubes onde se passa as portas, e
tens a consciência tranquila, e sais a bem, nunca se fecham portas
FafeDesportivo: Quais são os seus projectos para a próxima
temporada? Passam por continuar a treinar uma equipa da mesma divisão com
outros objectivos?
FafeDesportivo: Obviamente guarda boa recordações destes quase
cinco anos anos ao serviço do G.D. Travassós. Quer deixar algumas mensagens de
agradecimentos, ou críticas, para alguém em especial?
Paulinho: Nestas quatro épocas e meia, passaram imensas coisas,
conheci imensas pessoas, fica o bom e procuro esquecer rapidamente o mau, mas o
balanço é positivo. Quanto às pessoas, tenho um enorme prazer nas amizades que
conquistei: desde o Artur Castro, o Rui Castro, o Gil Soares, o Jorge Ribeiro,
o Filipe Silva, o Senhor Zeca, o Litos Soares, o Ismael Sousa, o Tony, o Marco Rodrigues,
o Paulinho, o Pedro Gonçalves, o Mário João, todos os jogadores que trabalharam
comigo nestes anos, um grande agradecimento, mas em especial à minha família em
particular a minha esposa, que acompanha todos os meus jogos e é a minha maior
critica, um bem-haja a todos.
0 comments:
Enviar um comentário