sexta-feira, 28 de março de 2014

Mundial do Brasil: Todas as semanas leia a opinião, directamente de S. Salvador da Baía, de Pedro Dantas sobre o evento...


RESENHAS DA COPA DO MUNDO FIFA 2014/BRASIL (6)


Por: Pedro Dantas
S. Salvador da Baía

Dos 12 estádios, apenas dois foram entregues dentro do prazo.

Brasil não pode servir de exemplo para as próximas competições.

Pois é...agora é só ajoelhar e rezar!

A realização de um evento desta magnitude pressupõe que o país deva estar preparado para enfrentar os desafios que advêm de tal manifestação. A pergunta é: está o Brasil preparado para organizar a copa? A resposta é simples: NÃO.

E não por inúmeras razões. A principal delas é não ter a mínima infra-estrutura, nomeadamente hoteleira, estradas, aeroportos, meios de transporte de massas, hospitais, limpeza urbana, restauração, segurança e comunicações. Existem muitas outras que poderia aqui exaustivamente enumerar, mas seria demasiado cansativo. Para mim e para quem ler.

Hoje falarei sobre a conferência de imprensa da FIFA, no Rio de Janeiro.

A 77 dias da abertura da Copa do Mundo, a FIFA já enfrentou diversos tipos de problemas com atrasos e prazos. Foi assim com os seis estádios da Copa das Confederações – em sua maioria concluídos às vésperas do torneio – e está sendo assim para a Mundial. Das 12 arenas da Copa, apenas Mineirão e Castelão foram entregues dentro do prazo inicial.
 
Além dos atrasos nas obras, uma nova questão surgiu nos três estádios privados da Copa do Mundo (Arena Corinthians, Beira-Rio e Arena da Baixada): as estruturas temporárias. Os clubes - proprietários dos estádios – não admitem arcar com os custos de equipamentos necessários somente para os torneios (áreas de imprensa, tecnologia e segurança privada), apesar de terem assinado o compromisso quando se colocaram à disposição para receber os jogos. Os constantes impasses em relação ao assunto devem fazer com que a FIFA mude o cenário para as próximas Copas, começando pela Rússia, em 2018.

- “Esse foi um grande problema que enfrentamos no Brasil. Essas responsabilidades (estruturas temporárias) são conhecidas há muito tempo. Todas as cidades-sedes assinaram os documentos. Vamos descobrir um jeito diferente de trabalhar no Rússia, que também terá 12 sedes. Na Rússia esse problema deverá ser minimizado, uma vez que teremos apenas um estádio privado. Os demais são todos do governo. Estádios privados não querem pagar por estruturas temporárias. Temos que achar um outro jeito daqui para frente” – disse Jérôme Valcke, após reunião com membros do governo federal e do Comité Organizador Local (COL), no Maracanã, no Rio de Janeiro.

Às vésperas da Copa do Mundo, Valcke reconheceu que os muitos atrasos não eram esperados e que, de alguma forma, podem comprometer para a Copa do Mundo. Apesar de tudo, o secretário-geral da FIFA disse que todos se uniram e estão correndo atrás do tempo perdido para entregar tudo em perfeitas condições. Mesmo assim, reconhece que o Brasil não pode servir de exemplo para as próximas competições. 

- “Nunca direi que tudo está ok, pois outros países dirão: “Por que temos que entregar os estádios seis meses antes, se no Brasil entregaram 15 dias antes da Copa?”. Não foi o ideal, mas estamos encarando os desafios e trabalhando muito para termos as 12 cidades-sede no Mundial.”

Por fim, Jérôme Valcke reiterou que a decisão de manter Curitiba na Copa do Mundo foi acertada. O dirigente, no entanto, afirmou que a Copa do Mundo não está livre de problemas, principalmente por conta da falta de testes suficientes nos estádios antes do Mundial. - “Sempre que falo alguma coisa, vocês já reclamam de mim. Imaginem se eu tirasse Curitiba da Copa. Eu seria considerado a pior pessoa do mundo (risos). Quando uma cidade é aprovada para receber jogos da Copa do Mundo, só uma catástrofe tira essa cidade do torneio. Mas para se ter uma Copa, são necessários estádios. Curitiba deu problema, mas hoje está correndo tudo bem. São coisas que podem acontecer. É um desafio. Não ficamos em Zurique com um mapa dizendo que tal cidade está dentro e a outra está fora. É um trabalho de equipa. É claro que estamos atrasados. Temos desafios, muito trabalho e corremos alguns riscos por falta de testes.” 

Após uma semana em reuniões no Rio de Janeiro, Jérôme Valcke retorna ao Brasil no final de Abril para visitar cidades e estádios da Copa do Mundo. E aí, alguma coisa que eu já não tivesse dito meses atrás?
Pois é, agora é só ajoelhar e rezar....

Inté, gente....

0 comments:

Enviar um comentário