RESENHAS DA
COPA DO MUNDO FIFA 2014/BRASIL (6)
Por: Pedro Dantas
S. Salvador da Baía
Dos 12 estádios, apenas dois foram entregues dentro do prazo.
Brasil não pode servir de exemplo para as próximas competições.
Pois é...agora é só ajoelhar e rezar!
A realização
de um evento desta magnitude pressupõe que o país deva estar preparado para
enfrentar os desafios que advêm de tal manifestação. A pergunta é: está o
Brasil preparado para organizar a copa? A resposta é simples: NÃO.
E não por
inúmeras razões. A principal delas é não ter a mínima infra-estrutura,
nomeadamente hoteleira, estradas, aeroportos, meios de transporte de massas,
hospitais, limpeza urbana, restauração, segurança e comunicações. Existem
muitas outras que poderia aqui exaustivamente enumerar, mas seria demasiado
cansativo. Para mim e para quem ler.
Hoje falarei sobre a conferência de imprensa da FIFA, no Rio de
Janeiro.
A 77 dias da
abertura da Copa do Mundo, a FIFA já enfrentou diversos tipos de problemas com
atrasos e prazos. Foi assim com os seis estádios da Copa das Confederações – em
sua maioria concluídos às vésperas do torneio – e está sendo assim para a
Mundial. Das 12 arenas da Copa, apenas Mineirão e Castelão foram entregues
dentro do prazo inicial.
Além dos
atrasos nas obras, uma nova questão surgiu nos três estádios privados da Copa
do Mundo (Arena Corinthians, Beira-Rio e Arena da Baixada): as estruturas
temporárias. Os clubes - proprietários dos estádios – não admitem arcar com os
custos de equipamentos necessários somente para os torneios (áreas de imprensa,
tecnologia e segurança privada), apesar de terem assinado o compromisso quando
se colocaram à disposição para receber os jogos. Os constantes impasses em
relação ao assunto devem fazer com que a FIFA mude o cenário para as próximas
Copas, começando pela Rússia, em 2018.
- “Esse foi
um grande problema que enfrentamos no Brasil. Essas responsabilidades
(estruturas temporárias) são conhecidas há muito tempo. Todas as cidades-sedes
assinaram os documentos. Vamos descobrir um jeito diferente de trabalhar no
Rússia, que também terá 12 sedes. Na Rússia esse problema deverá ser
minimizado, uma vez que teremos apenas um estádio privado. Os demais são todos
do governo. Estádios privados não querem pagar por estruturas temporárias.
Temos que achar um outro jeito daqui para frente” – disse Jérôme Valcke, após
reunião com membros do governo federal e do Comité Organizador Local (COL), no
Maracanã, no Rio de Janeiro.
Às vésperas
da Copa do Mundo, Valcke reconheceu que os muitos atrasos não eram esperados e
que, de alguma forma, podem comprometer para a Copa do Mundo. Apesar de tudo, o
secretário-geral da FIFA disse que todos se uniram e estão correndo atrás do tempo
perdido para entregar tudo em perfeitas condições. Mesmo assim, reconhece que o
Brasil não pode servir de exemplo para as próximas competições.
- “Nunca
direi que tudo está ok, pois outros países dirão: “Por que temos que entregar
os estádios seis meses antes, se no Brasil entregaram 15 dias antes da Copa?”.
Não foi o ideal, mas estamos encarando os desafios e trabalhando muito para
termos as 12 cidades-sede no Mundial.”
Por fim, Jérôme
Valcke reiterou que a decisão de manter Curitiba na Copa do Mundo foi acertada.
O dirigente, no entanto, afirmou que a Copa do Mundo não está livre de
problemas, principalmente por conta da falta de testes suficientes nos estádios
antes do Mundial. - “Sempre que falo alguma coisa, vocês já reclamam de mim.
Imaginem se eu tirasse Curitiba da Copa. Eu seria considerado a pior pessoa do
mundo (risos). Quando uma cidade é aprovada para receber jogos da Copa do
Mundo, só uma catástrofe tira essa cidade do torneio. Mas para se ter uma Copa,
são necessários estádios. Curitiba deu problema, mas hoje está correndo tudo
bem. São coisas que podem acontecer. É um desafio. Não ficamos em Zurique com
um mapa dizendo que tal cidade está dentro e a outra está fora. É um trabalho
de equipa. É claro que estamos atrasados. Temos desafios, muito trabalho e
corremos alguns riscos por falta de testes.”
Após uma
semana em reuniões no Rio de Janeiro, Jérôme Valcke retorna ao Brasil no final
de Abril para visitar cidades e estádios da Copa do Mundo. E aí, alguma coisa
que eu já não tivesse dito meses atrás?
Pois é,
agora é só ajoelhar e rezar....
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