Fonte: José Pedro (FB)
Publicação devidamente autorizada
pelo autor
O Processo de Certificação da formação dos clubes...
Esteve recentemente em Fafe, onde deu o primeiro passo de muitos, que visam a certificação do clube por parte da FPF.
Falamos de José Pedro Pereira (na foto), que nos deixa aqui uma extraordinária narrativa acerca das referidas certificações;
Após uma
prestação negativa no Mundial da África do Sul, em 2002 , por parta da
Mannschaft, todos os clubes da 1ª e da 2ª Liga Alemã foram obrigados a ter
centros de treino de jovens com certificação da federação. Na atual seleção
alemã, todos, à exceção de Klose, passaram por eles.
27 Fevereiro, 2019
No futebol,
estrelas significam sucesso, glória e honra. Não é por acaso que elas estão
estampadas nas camisas da seleção Alemã. Além das estrelas dadas por cada
título, há oito anos que os clubes as recebem também quando realizam um bom
trabalho nas categorias de base.
A iniciativa
é parte de um projeto ambicioso da Federação Alemã de Futebol (DFB), que sentiu
a necessidade de renovar o futebol do país após o mundial de 2002 e a
eliminação, ainda na primeira fase, na Euro 2000. Desde 2004, todos os clubes
da primeira e da segunda divisão são obrigados a construir um centro de
excelência para jovens.
A maioria
dos grandes clubes já possuía categorias de base. No entanto, na última década,
uma empresa escolhida pela DFB e pela Liga de Futebol da Alemanha (DFL), organizadora
da Bundesliga, passou a fiscalizar, em intervalos regulares, o trabalho dos
cerca de 50 centros espalhados pelas três principais divisões do país.
A formação
de atletas de ponta é, certamente, um aspecto a ser considerado. Mas a
avaliação dos centros de treino conta também com organização, recursos humanos,
infraestrutura, estratégia, comunicação, efetividade e, sobretudo, o
desenvolvimento dos jovens. Os centros que atenderem com excelência os
requisitos recebem “três estrelas” da federação.
A receita do
sucesso não é são apenas treinos periódicos, mas também técnicos de
qualificados, que elaboram atividades específicas para os jovens. Somadas a
isso estão as condições perfeitas de infraestrutura, com o melhor material
desportivo e a possibilidade de as grandes promessas garimpadas por toda a
Alemanha estarem em contato com colegas igualmente talentosos.
Desde cedo
que os jogadores alemães estão aptos a jogarem em alto nível.
Desde o
início da década de 1990, a idade média dos jogadores alemães na Bundesliga e
na seleção diminuiu de 29 para 25 anos. A ideia era conciliar a já consagrada
disciplina e combatividade dos jogadores do país com a criatividade, técnica,
tática e coordenação de alto nível que fazem parte das condições básicas
procuradas.
O Colônia,
clube que formou Lukas Podolski, já recebeu a sua terceira certificação da
federação alemã. Para isso o clube tem que contar, por exemplo, com um
pedagogo, um psicólogo e realizar palestras para jovens sobre temas como
manipulação de jogos, doping e redes sociais.
Um
adolescente que joga numa equipa da primeira liga treina cinco a sete vezes por
semana e joga nos fins de semana. Nada que um jogador adulto também não faça,
mas o adolescente ainda tem que ir à escola.
Os atuais
jogadores da seleção alemã foram preparados com base em todos os aspectos
considerados ideais pela federação alemã. O único que durante a adolescência
não jogou em um clube licenciado pela DFB foi mesmo Klose.
Portugal,
avançou em 2015 com processo de intervenção similar e hoje já tem mais de uma
centena de clubes certificados. A FPF está de parabéns pois este projeto de
intervenção vai trazer frutos no futuro.
Se ainda não
iniciou o processo de certificação do seu clube, comece já a dar passos para
não correr o risco de ficar para trás a médio prazo num pais real onde já
muitos perceberam que o caminho faz-se por aqui.
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