quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Mundial do Brasil: Todas as semanas leia a opinião, directamente de S. Salvador da Baía, de Pedro Dantas sobre o evento!


RESENHAS DA COPA DO MUNDO FIFA 2014/BRASIL (1)
Por: Pedro Dantas (S. Salvador da Baía)


- Trânsito caótico...
- Brasil não está preparado...
- Estradas, aeroportos, hotéis de fraco nível...
- Equipas podem chegar atrasadas aos jogos...
- Hospitais públicos não funcionam...

A realização de um evento desta magnitude pressupõe que o país deva estar preparado para enfrentar os desafios que advêm de tal manifestação. A pergunta é: está o Brasil preparado para organizar a copa? A resposta é simples: NÃO! E não por inúmeras razões. A principal delas é não ter a mínima infra-estrutura, nomeadamente hoteleira, estradas, aeroportos, meios de transporte de massas, hospitais, limpeza urbana, restauração, segurança e comunicações. Existem muitas outras que poderia aqui exaustivamente enumerar, mas seria demasiado cansativo. Para mim e para quem ler.
Hoje falarei somente de 2 delas.
As prioridades foram completamente invertidas no processo, pois uma Copa do Mundo não é feita somente de estádios, ou Arenas, como são agora pomposamente chamados. Desapareceram as dos Romanos, desparecem as dos touros, e criam-se as do futebol.
Durante a Copa das Confederações, no ano passado, no Rio de Janeiro a selecção Italiana desistiu de fazer um dos treinos programados, porque passaram três horas presos no caótico trânsito do Rio. Que não é diferente do de Salvador, Belo Horizonte ou São Paulo, por exemplo.
Em Salvador, pouco após a mesma Copa, a equipa do Esporte Clube Vitória local, demorou tanto tempo a chegar do seu estádio até à Arena Fonte Nova, onde serão realizados os jogos da Copa, que o jogo se iniciou com quase meia hora de atraso. E a distância é de, aproximadamente, 16 km.
Os hotéis, pelo menos onde as equipes ficarão quando dos jogos em Salvador, são mais distantes.
Ou cortam o trânsito em dia de jogo, nesses trajectos ou é bem provável que uma selecção chegue atrasada ao estádio.
E episódios assim são constantes no Brasil inteiro.
Falemos agora de hospitais.
Não terá qualquer cabimento, se algum jogador se machucar, que vá parar em um dos hospitais públicos. Apesar dos excelentes profissionais, sairá de lá correndo, mesmo se quebrar uma perna. Ou as duas, até, pois os hospitais públicos são o que mais próximo do inferno eu conheço.
Aí, irá, com toda a certeza para um hospital privado, que são caríssimos.
E quem vai pagar essa conta? A Fifa? A Selecção? O estado? Bem, eu inclino-me 99,99% pelo último, ou seja, por nós.
Mais, para chegar da arena até a um bom hospital privado, poderá levar tanto tempo quanto o necessário para se realizar uma partida de futebol.
Exagero? Se calhar, mas é uma possibilidade, mesmo não sendo probabilidade.
A única solução para resolver estes problemas é sitiar a população que normalmente usa esses trajectos para fazer a sua vida, e deixar tudo livre para que as caravanas passem.
E os cães vão latir, mas pianinho, que disso o governo federal já tratou de calar.

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