Sorriso!
Forma de expressão facial que traduz o sentimento que invade a alma. Há quem
diga que pode durar segundos ou mesmo uma eternidade. É a sorrir que Mickael
Moura leva a sua vida de futebolista no Santa Clara. Aos 24 anos, Mike (como é
conhecido no mundo da bola) trocou as aulas da Universidade do Minho pelo sonho
de ser profissional de futebol. Nas horas vagas, se for preciso, ainda faz de
motorista de autocarro.
Entre a Universidade e os relvados
Eleito como
melhor jogador jovem de outubro na Liga2 Cabovisão, Mike Moura conversou
com o zerozero.pt sobre uma carreira que percorre agora a
"estrada" do futebol profissional, depois de anos e anos ligados à Associação
Desportiva de Fafe.
Apesar do mundo da bola levar, para
já, a melhor sobre a carreira de estudante universitário, Mike Moura não
esconde que o seu objetivo passa por terminar o seu ciclo de estudante na
Universidade do Minho.
«Fiz o
primeiro ano de mestrado e a pós-graduação em organizações e trabalho mas ainda
não concluí o ciclo todo. Mas espero terminar», respondeu ao zerozero.pt este
jogador licenciado em Sociologia e com uma pós-graduação na
academia minhota. Apesar disso, Mike reconhece «não ser fácil» conciliar estes
dois mundos.
«Não é mesmo
fácil, além que agora estou a jogar no Santa Clara. Temos que estar
constantemente a saltar de um lado para o outro. Depois, na altura dos exames é
preciso estar concentrado mas acredito que com muita vontade conseguimos chegar
onde pretendemos. E eu vou conseguir.»
Seja como
for, para já, o que Mike quer mesmo... é jogar futebol e chegar à Primeira
Liga.
«Como
qualquer jogador, eu gostava de chegar à Primeira Liga. Comecei no Fafe, já
tenho 24 anos e podem dizer que cheguei tarde às ligas profissionais. Mas agora
estou cá e quero subir vários patamares», explicou ao zerozero.pt, não
negando que o ponto mais alto da carreira seria uma chamada à seleção.
«O ponto
mais alto na minha carreira seria, claro, chegar à seleção. Mas isso está muito
longe mas tenho que continuar a trabalhar», referiu este luso-francês,
acrescentando: «Gostava de representar a seleção de Portugal, como é óbvio. Não
há dúvidas».
O dia em que o autocarro do Fafe avariou
e Mike foi o motorista de serviço
O presente é, por esta altura,
vivido nos Açores, onde Mike Moura alinha no Santa Clara. O passado, esse,
viveu-o como jogador da Desportiva de Fafe onde colecionou histórias para mais
tarde contar aos netos. Entre elas, há uma que remonta a um dia onde Mike Moura
fez de motorista e levou a equipa de autocarro para Chaves.
«Numa
ocasião a equipa tinha um jogo em Chaves mas, por azar, o autocarro do Fafe
avariou. Por felicidade, tinhamos um autocarro parado na empresa do meu pai e
eu, como tenho carta de pesados, fiz de motorista. Dei o meu contributo e levei
a equipa para Chaves [risos]... É uma história que guardo. São coisas que
acabam por acontecer nos escalões mais baixos do futebol, sobretudo porque os
recursos financeiros não são tantos. Temos que encontrar soluções rápidas»,
recordou na conversa com o zerozero.pt.
Perante tal
história, o zerozero.pt questionou Mike: Seria possível ao Mike dar
boleia ao Santa Clara dos Açores?
«[Risos]
Pois, neste momento teria que tirar um curso para pilotar um avião mas gostava.
Mas o mais importante, para já, é ajudar em campo o Santa Clara», reconheceu
Mike Moura que vive o futebol com a certeza de que está num mundo onde muitos
sonham chegar.
«Acredito
que o futebol é um desporto magnífico e todos temos que desfrutar. Temos uma
vida que muitos gostariam de ter. Temos que jogar sempre com alegria e
motivação», sublinhou aquele que foi eleito como o melhor jovem jogador do mês
de outubro pelo sindicato da classe, um prémio que Mike trocava por vitórias do
Santa Clara.
«Ter recebido o prémio de melhor
jovem jogador do mês de outubro foi uma felicidade para mim mas não escondo que
trocava esse prémio individual por resultado coletivo», explicou este
defesa-direito, que leva já três golos
marcados esta época.
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