Redacção/ACF
Assim pretende-se esclarecer, sem intermediários,
todos aqueles que acompanham a vida do Clube acerca do trabalho até agora
desenvolvido, bem como das expectativas para a equipa e para o Clube.
ENTREVISTA COM O PROFESSOR JOSÉ ANTÓNIO SILVA
O passado
“Na época passada iniciámos um projecto que passava
por construir uma equipa que permitisse em dois anos ascender à 1ª Divisão de
Andebol. Relembro que no início muitas pessoas viam como muito reduzidas as
hipóteses de isso acontecer, havendo ainda outras que duvidam inclusivamente da
possibilidade da equipa ser apurada para a fase final da competição. O que é
certo, é que acreditando no trabalho que desenvolvemos e com o apoio de todos
os que diariamente trabalham para a equipa, ultrapassamos as nossas
expectativas conquistando não só a subida de divisão, mas também o título de
Campeão Nacional.”
A preparação da presente época
“Em devido tempo, mesmo antes de disputarmos a fase
final, discuti com a Direcção o conjunto de prioridades que se devia
estabelecer para projectar o futuro do Clube. Estas prioridades no meu
entendimento, assumiam-se como medidas que deveriam ser adoptadas
independentemente da classificação final da equipa. Só desta forma é possível
criar um projecto credível e estruturado que não esteja sujeito às perturbações
que inevitavelmente surgem no percurso.
Por questões de diversa ordem, e que na maior parte
dos casos não podem ser imputadas ao Clube, não foi possível avançar tão rápido
quanto pretendíamos, pelo que a preparação da presente época foi fortemente
condicionada por alguns factores a saber:
- A aposta justa e necessária nos elementos que tinham
constituído a equipa na época passada. De referir o enorme investimento que foi
feita em jovens da formação e que ainda não tinham condições para competir a
este nível, mas que constituem apostas fortes para o futuro do Clube.
- Constrangimentos de ordem financeira.
- A época tardia em que terminou a nossa competição
(final de Junho) o que inviabilizou a procura de reforços com as
características pretendidas, nomeadamente atletas com peso e altura, que
permitissem equiparar nesses indicadores a nossa equipa com as dos adversários.
Tendo a noção de que entravámos numa competição para a
qual não reuníamos todas as condições desejadas, abraçamos a tarefa com
entusiasmo, sem lamentações e com muita ambição, sabendo que nos esperava uma
época muito difícil, durante a qual eram previsíveis momentos e jogos muito
complicados.”
A 1.ª fase do Campeonato
“Durante a 1ª fase, a equipa sofreu muitas oscilações
que provavelmente a impediram de encontrar a regularidade desejada, facto que
teve consequências na sua prestação. A contribuir para este facto há desde logo
que destacar a impossibilidade de contar com o capitão João Castilho, bem com
as lesões prolongadas do Eduardo Sampaio e do Sérgio Ribeiro, para além de
problemas pontuais que afectaram em bastantes jogos o Cláudio Mota, o César
Gonçalves e o Armando Pinto, elementos que têm visto o seu contributo muito
condicionado no treino e na competição. Os jogadores referidos tiveram uma
importância extraordinária na prestação da equipa na época passada, pelo que a
sua ausência se tem revelado muito penalizadora.
Outro elemento que tem dado o seu contributo de forma
intermitente é o Diogo Brasão, jogador que já foi afectado por várias lesões
desde início da época.
Para a instabilidade vivida na equipa, muito
contribuiu também o facto dela estar em permanente construção. Nesse âmbito, é
necessário referir que, dois meses após o início dos trabalhos, perdemos o
Paulo Silva e o Hugo Fernandes por motivos profissionais. Posteriormente para
colmatar essas falhas e para tentar melhorar a equipa, entraram o Dario Andrade
(Setembro), o Felisberto Landim (Novembro) e mais tarde o Vladica Andrejic
(Janeiro). Todas estas alterações levam a que tenhamos que reiniciar o processo
de construção da equipa de cada vez que chega um novo jogador e esperar que ele
se adapte a uma nova realidade, facto que tem necessariamente repercussão no
seu rendimento e no da equipa.
Apesar destas questões há aspectos muito positivos que
importa realçar:
- A evolução evidente de atletas provenientes da
formação, cada vez mais chamados a funções de responsabilidade na equipa, bem
como a promoção de outros que ainda pertencem aos escalões mais jovens, tendo
em vista sua integração num modelo de jogo e treino mais exigente;
-A excelente qualidade de algumas exibições, facto que
cria expectativas de melhoria da nossa prestação;
- A enorme coesão que todo grupo tem demonstrado. De
facto, numa época como a que estamos a viver, em que fruto de diferença que
existe para muitas das outras equipas, alguns resultados pesam bastante na
motivação, é de referir que continuamos todos, jogadores, treinadores,
dirigentes e equipa médica, a trabalhar para explorar ao máximo os recursos de
que dispomos;
- O facto de entrarmos nesta fase com hipóteses de
alcançarmos o nosso objectivo para esta época: a manutenção na 1.ª divisão.
Como balanço geral, há que realçar alguns excelentes
desempenhos da equipa, sem esquecer algumas situações em que desperdiçamos
pontos por culpa própria e que nos poderiam ter colocado numa posição que
permitia superar as expectativas iniciais. Apesar disso, a equipa está a
corresponder ao que é o seu potencial, já que sabíamos que de todas as
participantes no Campeonato seríamos provavelmente a que se apresentava com
maiores dificuldades.”
O Grupo B
“Como sabem começaremos no próximo sábado o Grupo B,
disputando com três excelentes equipas, os dois lugares que darão a manutenção.
Neste momento sentimos que estamos melhor preparados que no início da
competição e esperamos que esse facto se traduza numa maior estabilidade
competitiva e em melhores resultados. Sabemos que a tarefa é exigente e precisamos
de unir esforços, por forma a alcançarmos o objectivo comum.
Se analisarmos os resultados que obtivemos com estes
adversários, vemos que os jogos terminaram com diferenças de 1, 2 golos e com
um empate, provas do equilíbrio existente. Sabemos também que por muito bem
preparados que estejamos, há momentos do jogo em que um detalhe pode ser
decisivo para a vitória ou derrota, pelo que necessitamos de concentração
máxima na tarefa a desempenhar e evitar erros grosseiros.”
O futuro
“À imagem do que defendi na época passada, entendo que
o futuro do Clube necessita de ser preparado desde já. Esta necessidade tem que
ser independente dos resultados desportivos, bem como das pessoas que farão
parte desse futuro. É imperioso que seja definido um caminho e que ele se
percorra sem correr o risco de ser condicionado por aspectos pontuais. Pela
minha parte tenho procurado dar o meu contributo, junto dos dirigentes, dos
treinadores, de todos os jogadores e jogadoras, para que eles possam ser cada
mais fortes e com isso tornar o Clube mais forte. O meu contributo é feito
naturalmente em função daquilo que é o meu quadro de referências, não abdicando
nunca de escutar todos os intervenientes, recolhendo as suas sugestões, já que
todos trabalhamos para tornar o ACF um Clube melhor.”
O apelo
“Por último gostaria de deixar um apelo:
que todos os que gostam do ACF, de Andebol e da cidade, se desloquem ao nosso
pavilhão para nos apoiar. Os jogos disputados em Fafe, podem ter um peso enorme
para o desfecho da competição e seria muito importante um apoio forte à equipa.
Nos jogos vamos certamente atravessar momentos menos bons e é nessas
circunstâncias que o apoio de todos pode ser decisivo. A todas e todos os
atletas do ACF, relembro que é uma obrigação vossa comparecer ao jogo e com o
vosso entusiasmo ajudarem-nos.”
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