quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

"Sou um Treinador sem medo" : Disse Francisco Castro ex-técnico do O.F.C. Antime a FafeDesportivo...


Texto e fotos: Abel Castro

À conversa com Francisco Castro ex-treinador do O.F.C. Antime...

 - Técnico sente que tinha condições para continuar no O.F.C. Antime "Os meus objectivos estavam bem ao nosso alcance".
 

 - "Não tenho amigos dentro dos clubes"

 - "Para mim um balneário é sagrado. É um santuário"

 - "Como adjunto sempre fui fiel ao meu chefe"

 - "Sou um treinador sem medo!"

FafeDesportivo: Francisco, antes de mais diga-nos como é viver, passar, caminhar sem o futebol?

Francisco Castro: Difícil, diria mesmo difícil e estranho, pois foram 10 anos seguidos sempre a treinar e em alguns desses anos acumulando equipa sénior e equipa de formação em clubes diferentes, o que também me deixa lisonjeado pois mesmo assim as pessoas fizeram questão que continuasse nos clubes, mas agora uma página foi virada na minha vida e tenho que me habituar e esperar que o telefone toque para um novo projecto.

FafeDesportivo: Nunca pensou colocar o seu lugar à disposição, nomeadamente quando esteve seis jogos sem vencer, mesmo com o apoio da Direcção do Antime? Não está arrependido de o ter feito?
Francisco Castro: Não, nunca pensei até porque se noutra altura já o tinha feito, nomeadamente na época anterior, este ano não o fiz porque sentia e sabia que o problema não era meu , a equipa estava a atravessar um período nada bom, mas nesses jogos na maioria deles não foi inferior aos adversários mas sim até superior, mas são contingências do futebol por esta ou aquela razão a bola não entrava e os resultados não foram os melhores em alguns desses jogos, por isso como disse, em relação à direcção do Antime, respeito a decisão deles mas não concordo, exactamente por essa razão, pois mesmo assim estávamos numa posição na tabela tranquila em relação aos últimos lugares e a apenas cinco pontos do objectivo quando ainda faltavam 12 jogos..

FafeDesportivo: Continua a achar que o seu saldo é positivo, certo? Mas uma equipa como o Antime não podia estar sem vencer seis jogos Francisco. Explique-nos como é que isto aconteceu…

Francisco Castro: Claro que sim, foi um saldo positivo, pois nos três meses da época 2011-2012 com apenas nove jogos para se realizar e com a equipa em penúltimo lugar, consegui o objectivo de o Antime não descer de divisão quando muitos, eu diria a maioria, não acreditava nisso, sendo apelidado por vocês comunicação social, como um milagre… No ano seguinte conseguimos ficar nos seis primeiros classificados que era esse o nosso objectivo para jogar na divisão de honra nesta época e apesar desses seis jogos sem ganhar esta época, estávamos com todas as condições de chegar ao objectivo traçado, até porque até então sempre andamos nesses lugares. Quanto ao estar seis jogos sem ganhar, isto é o que acontece a todas as equipas durante a época. São fases menos boas, mas que vários factores contribuem para elas, no nosso caso lesões de jogadores nucleares, castigos e também os adversários. Se não repare, nesses seis jogos jogamos contra três dos quatro primeiros e dois dérbis. Em todos esses jogos o Antime só não foi superior aos seus adversários na primeira parte do jogo com o Louro e no jogo com o Pica, de resto fomos melhores que os nossos adversários durante os encontros e só não ganhamos por mera infelicidade, mas isto é o futebol e temos de encarar isto com normalidade e é assim que eu faço.
FafeDesportivo: A sua saída do Antime parece que não foi de todo pacífica. Pelo menos no que concerne a alguns jogadores que o acusavam de só colocar a jogar os amigos...

Francisco Castro: Claro que foi pacífica. A direcção decidiu prescindir dos meus serviços e eu só tenho que respeitar, eles são soberanos assim como eu nas minhas opções o fui sempre em defesa dos interesses do Antime. Até à data da minha saída nunca nenhum jogador se dirigiu a mim a dizer isso. Eu não tenho amigos dentro dos clubes que sejam jogadores, jogam aqueles que eu entendo que são os melhores, naquele momento, naquele jogo e para aquela estratégia para defenderem o clube que representam não o seu treinador, e se dúvidas existe os registos e estatísticas dos jogos comprovam isso mesmo.

FafeDesportivo: Sabemos também que o Francisco Castro na hora da despedida disse em pleno balneário que não iria cumprimentar individualmente os jogadores, porque iria passar à frente de alguns. Porquê? Quer-nos dizer quem são os jogadores em questão?

Francisco Castro: Uma das coisas que me orgulho como treinador é que o balneário e sagrado. Ou seja aquilo que se fala e diz no balneário fica naquelas paredes, pois ali é o nosso santuário, portanto não vai ser agora que eu vou dizer seja o que for que foi dito em qualquer balneário de qualquer clube que eu representei.

FafeDesportivo: Em relação aos seus adjuntos, ficou tudo bem? Isto porque nalgumas situações são os próprios que se solidarizam com o técnico principal e também saem…

Francisco Castro: Depende das situações. Cada um é livre de tomar a decisão que achar melhor e eu de aceitar. Já estive como adjunto e sempre fui leal com o meu chefe de equipa, e se voltar a ser adjunto de alguém, será sempre assim que vou agir.

FafeDesportivo: A Direcção do Operário de Antime desejou-lhe as maiores felicidades na hora da saída. Sente que deixou uma porta aberta para um eventual regresso?

Francisco Castro: Claro que sim. Tenho a mesma consideração por todas as pessoas de Antime como tinha antes. Eles tomaram esta decisão, eu não concordei com ela, mas só tinha que respeitar e foi o que fiz, a página está virada e eu continuo a respeitar e a ter consideração pelo Antime e pelas pessoas.

FafeDesportivo: Arriscaria pegar agora num projecto semelhante ao que encontrou no Antime aquando da sua ida para o clube?

Francisco Castro: Sim, eu não tenho medo de desafios sejam eles para subir sejam para ou para a manutenção. Sou um treinador de trabalho, de empenho, e que me dedico ao máximo pelo clube que represento e os projectos difíceis são os mais aliciantes. Espero por um projecto à minha medida, mas essencialmente credível e competente, pois assim será logo o primeiro passo para se ter sucesso.

FafeDesportivo: Ainda não foi convidado para voltar a fazer uma coisa que sei que gosta imenso, treinar uma equipa de futebol?

Francisco Castro: Não. Até ao momento não. Sei que nesta fase é difícil, pois os campeonatos já estão no ultimo terço mas estou a espera que o telefone toque, disponível para abraçar um novo desafio nesta época e até quem sabe, já preparando a próxima, pois isso seria o ideal para qualquer clube que pretendesse os meus serviços tendo sempre na mente dignificar esse clube e demonstrando às pessoas que fizeram a escolha certa. Vamos ver e esperar que isso aconteça.


FafeDesportivo: Quer deixar alguma mensagem/recado para alguém? Disponha. Este espaço é todo seu…

Francisco Castro: Quero agradecer a todas as pessoas que sempre me apoiaram. A minha família, minha esposa e meus filhos, pois eles é que sofrem mais com a minha ausência. E dizer que estou pronto para um novo rumo desportivo na minha vida sempre presente com os meus princípios de lealdade, honestidade e competência naquilo que faço.


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