terça-feira, 7 de maio de 2013

Associação Karaté de Fafe marca presença no 25.º encontro Internacional Kancho Kanazawa



 

 Por: Sónia Marinho

Nos dias 27 e 28 de Abril 2013, a Associação de Karate de Fafe, à semelhança, do que ocorre nos últimos anos 25 anos, teve a honra de participar no 25º Estágio Internacional denominado “Treino Internacional Kancho Kanazawa”, realizado na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), pela Federação Portuguesa de Karaté Shotokan (FPKS).
Treinos estes, orientados pelo indelével, Kancho Kanazawa, segundado por dois instrutores japoneses da Shotokan Karate International Federation (SKIF), seu filho Sensei Nobuaki Kanazawa e Sensei Shinji Tanaka, ambos 6ºs Dan.
Aliás, em Abril de 2005, a A.K. Fafe, teve a honra de ser a anfitriã de tão ilustre personagem, reconhecida além-fronteiras como a “lenda viva do Karate Shotokan”, que até à data nunca tinha saído das grandes metrópoles como Porto e Lisboa.
Tal facto, deve-se ao reconhecido mérito da AKFafe, particularmente na pessoa do seu Director Técnico – José Marinho (5º Dan), que conseguiu que o Kancho Kanazawa, juntamente com o seu filho Sensei Nobuaki Kanazawa e com o Shihan Mário Águas 6º e 7º Dan, respectivamente, viessem à sua terra natal, presentear os fafenses com um treino internacional.
Este fim-de-semana marcial, contou com a participação massiva de karatecas, cerca de seis centenas praticantes jovens e menos jovens, vindos de todo o país, assim como de Espanha e de Inglaterra.
O Kancho Hirokazu Kanazawa, 10º Dan, de 83 anos de idade, escolheu Portugal para se despedir dos estágios internacionais.
Os praticantes da AKFafe aproveitaram para treinar pela última vez com o Kancho Kanazawa, cuja mais-valia não tem limites, deixando, aqui, alguns dos seus ensinamentos, relembrando a entrevista que deu ao Expresso:
“Em matéria de karate, a hierarquia é coisa para se levar muito a sério. É tudo uma questão de respeito, palavra que Kanazawa, o Kancho (quer dizer, precisamente, o "líder", o "topo") evoca em cada ideia que transmite. Para ele, o karate é essencialmente isso. E é "harmonia entre todas as pessoas", é "muito bom para a saúde, para o espírito e para o corpo". Quando começou a treinar era diferente: "Nessa altura, eu ainda não pensava no karate como um meio de moldar o meu carácter, era apenas para lutar", confessa, ao Expresso, o homem mais graduado do mundo (10.º Dan). Depois, o karate aconteceu-lhe e tornou-se tudo. "É a minha vida". Viaja por todo o mundo (já conheceu mais de 90 países), passa oito meses por ano fora do Japão. A Portugal, vem desde 1990, com o filho mais velho, Nobuaki Kanazawa (6.º Dan). Gosta da cultura partilhada entre os países, do "espírito e carácter semelhante". Gosta de Portugal como gosta do Hawai, de Hong Kong, da Irlanda e da Eslovénia, os seus "países preferidos".
Kanazawa é muito mais que a graduação que carrega. É uma lenda em movimento com seguidores em todo o mundo - a SKIF (Shotokan Karate-Do International Federation), instituição que criou e à qual preside, reúne mais de três milhões de praticantes distribuídos por 120 países. Quando era pequeno, sonhava ser piloto ou general. Queria ser "diferente". E conseguiu. Kanazawa faz uma vénia e sorri. Na sede da Federação Portuguesa de Karate Shotokan (FPKS), que promove a vinda do japonês ao nosso país, pede desculpa pelo inglês que fala não ser perfeito. Dentro do dojo (o local onde se pratica karate) não precisa de mais: é o corpo dele quem fala. Imitam-lhe os movimentos - os dele e os de Nobuaki, sucessor de Kanazawa para o título de Kancho. Os movimentos perfeitos, milimetricamente desenhados, robotizados, os movimentos (que pensávamos) irrealizáveis. "É tudo uma questão de treino", garante o único aluno vivo de Gichin Funakoshi (o "pai do karate moderno"), a poucos dias de completar 79 anos. "Treinava de manhã, antes de ir para a escola. E à tarde, depois da escola. E à noite". Treinava todos os dias ("no day off") e quando chegava a casa treinava mais: "Quando chegava a hora de descansar, continuava a treinar na minha cabeça, imaginava os movimentos e desenhava-os".
"O karate é ganharmos a nós mesmos", diz Kanazawa. E essa filosofia, esse "espírito Budo", é que abala a teoria de quem vê o karate como uma mera actividade física: "O desporto é um jogo, é vencer o adversário. O Budo é diferente". Bem-haja!
Por último, de referir que teve lugar, no referido encontro internacional, à entrega simbólica de diplomas de antiguidade de filiação na FPKS (Federação Portuguesa de Karate Shotokan) a José Marinho (5º Dan), Verónica Costa (3º Dan), Cláudia Marinho (2º Dan) e Sónia Marinho (3º Dan) com 40, 29, 26 e 25 anos de prática, respectivamente, da A.K.Fafe.

 

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