quarta-feira, 19 de junho de 2013

Entrevista com António Águia, treinador do Grupo Cultural e Desportivo de Regadas


FafeDesportivo à conversa com o treinador sensação da época 2012/13, ao serviço do G.C.D de Regadas...
 
Texto e fotos: Abel Castro
 
FafeDesportivo: António Águia, antes de mais, diga-nos como se proporcionou a sua entrada no G.C.D. Regadas, uma vez que ainda reside relativamente longe do clube que orienta.

António Águia: Aconteceu numa conversa simples entre dois colegas de trabalho, na altura trabalhava em Felgueiras juntamente com um director do Regadas “ Rodrigo Filipe” em que, em tom de brincadeira, lhe perguntei se o Regadas precisava de treinador. Dois dias mais tarde, surgiram com uma proposta ele, o presidente e mais um director.

FafeDesportivo: No início da época foi-lhe exigida a subida de divisão? Ou com o decorrer do campeonato é que percebeu que era possível lá chegar?

António Águia: Exigir? Não, nunca disseram que tinha que ser o grande objectivo e que estavam obcecados por ele, foi um objectivo proposto por toda a gente, nas primeiras conversas de balneário, nós, equipa técnica, direcção e principalmente pelos jogadores. Esse objectivo foi traçado por toda a gente.
FafeDesportivo: A sua equipa foi imbatível no Campo das Cerdeirinhas, em Regadas. Em 11 jogos disputados venceu nove e empatou dois. Fora de casa a sua equipa somou seis vitórias, três empates e duas derrotas. A que se deve esta discrepância de resultados em casa e fora?

António Águia: Pergunta engraçada, porque uma das minhas perguntas quando cheguei foi o porquê de o clube fazer melhores resultados fora do que em casa e agora acontecer o contrário. Em muitas conversas, nunca nos foi dito ao certo o porquê de a equipa perder tantos pontos em casa. Foi mais um ponto que teríamos que trabalhar para saber realmente o que se passava, foi conseguido por toda a gente que souberam ouvir, desinibir e sobretudo imporem-se quando jogavam em casa.

FafeDesportivo: Na Taça A.F. Braga a sua equipa chegou a ser sensação. Depois de eliminar o Pica, da Divisão de Honra, o Regadas caiu aos pés do Celeirós dificultando imenso a vida aos bracarenses. Alguma vez disse aos seus jogadores que a meta seria a final?

António Águia: Não, no campo da Taça é sempre uma incógnita, é certo que eliminamos equipas de escalão superior mas sabíamos que mais tarde ou mais cedo seriamos eliminados. Mas hoje, e depois do que se passou nas eliminatórias e quando fomos eliminados, penso que a equipa do Regadas foi sempre superior e não merecia sair da Taça.

FafeDesportivo: O G.C.D. Regadas tinha uma equipa homogénea, trabalhadora, lutadora, mas também composta por jogadores tecnicamente dotados. A contratação, ou a escolha do plantel teve o seu aval? Conhecia os jogadores?

António Águia: Não, não conhecia ninguém. O conhecimento que tinha sobre os jogadores foi simplesmente de boca por parte do presidente, direcção e um observador “ Marcelo” que tinha transitado da época anterior e tinha feito todo um trabalho para me apresentar sobre todos os pontos dos jogadores.
FafeDesportivo: Elegemos naturalmente o ponto mais alto do Regadas, na deslocação a Guilhofrei, em jogo da penúltima jornada, em que a sua equipa foi até Vieira do Minho com menos dois pontos defrontar um líder que teimava em manter-se nessa posição até ao final. Com a extraordinária vitória alcançada, as portas da subida à Honra ficaram escancaradas. Conte-nos como foi a semana que antecedeu o jogo, e os minutos que antecederam essa partida do tudo ou nada…

António Águia: Foi uma semana tranquila, mas ao mesmo tempo com muita ansiedade. Houve muita conversa com os jogadores, com aquilo que poderíamos encontrar em Guilhofrei que fosse extra futebol, porque no meu consciente era o que mais me preocupava. O que se iria passar no campo, estava tranquilo porque sabia que tinha uma equipa forte, organizada, tranquila e consciente do que queria. Os minutos que antecederam o jogo, foram caricatos não por nós, que estávamos concentrados no jogo, mas por outras pessoas que não sabem estar no mundo do futebol.

FafeDesportivo: Os associados e simpatizantes do G.C.D. Regadas foram o 12.º jogador?
António Águia: Sem dúvida nenhuma, penso que a forma como acompanharam a equipa neste longo percurso e principalmente em Guilhofrei, foram fantásticos.

FafeDesportivo: Alcançada a brilhante subida à Divisão de Honra, tem a noção que as coisas mudaram. As exigências aumentaram a todos os níveis. Preparado para disputar um campeonato muito mais exigente?

António Águia: Sem dúvida, sabendo que as exigências são outras.

FafeDesportivo: Será normal o “assédio” perante alguns dos seus jogadores. A equipa vai sofrer muitas alterações? Ou o núcleo duro permanece…

António Águia: Quanto a saídas ou a entradas não sei de nada, o que sei é que quem ficar e quem entrar, terá que ser sempre uma mais-valia para o plantel e com um espirito vencedor. Para quem sair, o que eu pessoalmente desejo é que sejam felizes e que consigam obter todos os seus objectivos.

FafeDesportivo: Sabemos que vai continuar a orientar tecnicamente o G.C.D. Regadas. O António Águia fez alguma exigência à sua Direcção, de índole desportiva ou financeira?

António Águia: Não fiz nenhuma exigência mas sim um pedido desportivo, que consigam jogadores capazes de colmatar todas as saídas do plantel.
FafeDesportivo: Entende benéfico continuar a jogar no Campo das Cerdeirinhas em piso de terra, perante adversários teoricamente superiores?

António Águia: Sem dúvida, é a nossa casa.

FafeDesportivo: Quais são os objetivos para a próxima época. Apenas a manutenção?

António Águia: É um dos objectivos, mas quem sabe até onde poderemos chegar…

FafeDesportivo: Vamos ter oito jogos entre quatro equipas fafenses. A rivalidade aumenta, a competitividade também, e os jogos têm um cariz diferente. Trata-se dos denominados dérbis, onde o Regadas vai ter de jogar com o Pica, o Silvares e o Antime. Este “minicampeonato” vale 24 pontos. Se somar metade deles sente-se satisfeito, ou acha pouco?

António Águia: Para já não podemos contar, mas como em todos os jogos entro para vencer, acho pouco.

FafeDesportivo: Nota-se que existe uma perfeita simbiose entre si e o seu Presidente, Domingos José Lobo (Zezé). Os pedidos que lhe fez, ou vai fazer, e refiro-me à contratação de novos jogadores, vão ter a anuência dele?

António Águia: Sempre, se houve uma boa sintonia entre todas as partes do clube até aqui, não iria agora impor qualquer contratação sem o aval do mesmo.

FafeDesportivo: Tínhamos aqui conversa para muitas horas. É fácil e agradável dialogar consigo, mas temos de encerrar esta entrevista. Neste último espaço, totalmente seu, quer deixar algum agradecimento, ou crítica, para alguém? Disponha…

António Águia: O meu principal agradecimento vai para os grandes obreiros deste feito, os jogadores, sem eles nunca aconteceria nada disto. Hoje pensamos em todos aqueles momentos de sacrifício por que passamos à chuva ao vento ao frio, atletas com lesões, outros a quererem dar o seu contributo e a não poderem, são esses momentos que nos ficam guardados na memória. Se hoje me sinto uma pessoa melhor um treinador melhor devo-o a todos eles “jogadores” obrigado. Um obrigado especial aos meus três colegas, mr. Bravo, mr. Altino e obs. Marcelo. Não me poderia esquecer sem agradecer as duas pessoas que constantemente davam o seu apoio diariamente nos treinos, Filipe e Zezé. OBRIGADO A TODOS!




 

 

 

0 comments:

Enviar um comentário