FafeDesportivo à conversa com o treinador sensação da época 2012/13, ao serviço do G.C.D de Regadas...
Texto e fotos: Abel Castro
FafeDesportivo: António Águia, antes de mais, diga-nos como se proporcionou
a sua entrada no G.C.D. Regadas, uma vez que ainda reside relativamente longe
do clube que orienta.
António Águia: Aconteceu numa conversa simples entre
dois colegas de trabalho, na altura trabalhava em Felgueiras juntamente com um
director do Regadas “ Rodrigo Filipe” em que, em tom de brincadeira, lhe
perguntei se o Regadas precisava de treinador. Dois dias mais tarde, surgiram
com uma proposta ele, o presidente e mais um director.
FafeDesportivo: No início da época foi-lhe exigida a
subida de divisão? Ou com o decorrer do campeonato é que percebeu que era
possível lá chegar?
António Águia: Exigir? Não, nunca disseram que tinha
que ser o grande objectivo e que estavam obcecados por ele, foi um objectivo
proposto por toda a gente, nas primeiras conversas de balneário, nós, equipa
técnica, direcção e principalmente pelos jogadores. Esse objectivo foi traçado
por toda a gente.
FafeDesportivo: A sua equipa foi imbatível no Campo
das Cerdeirinhas, em Regadas. Em 11 jogos disputados venceu nove e empatou
dois. Fora de casa a sua equipa somou seis vitórias, três empates e duas
derrotas. A que se deve esta discrepância de resultados em casa e fora?
António Águia: Pergunta engraçada, porque uma das
minhas perguntas quando cheguei foi o porquê de o clube fazer melhores
resultados fora do que em casa e agora acontecer o contrário. Em muitas
conversas, nunca nos foi dito ao certo o porquê de a equipa perder tantos
pontos em casa. Foi mais um ponto que teríamos que trabalhar para saber
realmente o que se passava, foi conseguido por toda a gente que souberam ouvir,
desinibir e sobretudo imporem-se quando jogavam em casa.
FafeDesportivo: Na Taça A.F. Braga a sua equipa chegou
a ser sensação. Depois de eliminar o Pica, da Divisão de Honra, o Regadas caiu
aos pés do Celeirós dificultando imenso a vida aos bracarenses. Alguma vez
disse aos seus jogadores que a meta seria a final?
António Águia: Não, no campo da Taça é sempre uma
incógnita, é certo que eliminamos equipas de escalão superior mas sabíamos que
mais tarde ou mais cedo seriamos eliminados. Mas hoje, e depois do que se
passou nas eliminatórias e quando fomos eliminados, penso que a equipa do
Regadas foi sempre superior e não merecia sair da Taça.
FafeDesportivo: O G.C.D. Regadas tinha uma equipa
homogénea, trabalhadora, lutadora, mas também composta por jogadores
tecnicamente dotados. A contratação, ou a escolha do plantel teve o seu aval?
Conhecia os jogadores?
António Águia: Não, não conhecia ninguém. O
conhecimento que tinha sobre os jogadores foi simplesmente de boca por parte do
presidente, direcção e um observador “ Marcelo” que tinha transitado da época
anterior e tinha feito todo um trabalho para me apresentar sobre todos os
pontos dos jogadores.
FafeDesportivo: Elegemos naturalmente o ponto mais
alto do Regadas, na deslocação a Guilhofrei, em jogo da penúltima jornada, em
que a sua equipa foi até Vieira do Minho com menos dois pontos defrontar um
líder que teimava em manter-se nessa posição até ao final. Com a extraordinária
vitória alcançada, as portas da subida à Honra ficaram escancaradas. Conte-nos
como foi a semana que antecedeu o jogo, e os minutos que antecederam essa
partida do tudo ou nada…
António Águia: Foi uma semana tranquila, mas ao mesmo
tempo com muita ansiedade. Houve muita conversa com os jogadores, com aquilo
que poderíamos encontrar em Guilhofrei que fosse extra futebol, porque no meu
consciente era o que mais me preocupava. O que se iria passar no campo, estava
tranquilo porque sabia que tinha uma equipa forte, organizada, tranquila e
consciente do que queria. Os minutos que antecederam o jogo, foram caricatos
não por nós, que estávamos concentrados no jogo, mas por outras pessoas que não
sabem estar no mundo do futebol.
FafeDesportivo: Os associados e simpatizantes do
G.C.D. Regadas foram o 12.º jogador?
António Águia: Sem dúvida nenhuma, penso que a forma
como acompanharam a equipa neste longo percurso e principalmente em Guilhofrei,
foram fantásticos.
FafeDesportivo: Alcançada a brilhante subida à Divisão
de Honra, tem a noção que as coisas mudaram. As exigências aumentaram a todos
os níveis. Preparado para disputar um campeonato muito mais exigente?
António Águia: Sem dúvida, sabendo que as exigências
são outras.
FafeDesportivo: Será normal o “assédio” perante alguns
dos seus jogadores. A equipa vai sofrer muitas alterações? Ou o núcleo duro
permanece…
António Águia: Quanto a saídas ou a entradas não sei
de nada, o que sei é que quem ficar e quem entrar, terá que ser sempre uma mais-valia
para o plantel e com um espirito vencedor. Para quem sair, o que eu
pessoalmente desejo é que sejam felizes e que consigam obter todos os seus
objectivos.
FafeDesportivo: Sabemos que vai continuar a orientar
tecnicamente o G.C.D. Regadas. O António Águia fez alguma exigência à sua
Direcção, de índole desportiva ou financeira?
António Águia: Não fiz nenhuma exigência mas sim um
pedido desportivo, que consigam jogadores capazes de colmatar todas as saídas
do plantel.
FafeDesportivo: Entende benéfico continuar a jogar no
Campo das Cerdeirinhas em piso de terra, perante adversários teoricamente
superiores?
António Águia: Sem dúvida, é a nossa casa.
FafeDesportivo: Quais são os objetivos para a próxima
época. Apenas a manutenção?
António Águia: É um dos objectivos, mas quem sabe até
onde poderemos chegar…
FafeDesportivo: Vamos ter oito jogos entre quatro
equipas fafenses. A rivalidade aumenta, a competitividade também, e os jogos
têm um cariz diferente. Trata-se dos denominados dérbis, onde o Regadas vai ter
de jogar com o Pica, o Silvares e o Antime. Este “minicampeonato” vale 24 pontos.
Se somar metade deles sente-se satisfeito, ou acha pouco?
António Águia: Para já não podemos contar, mas como em
todos os jogos entro para vencer, acho pouco.
FafeDesportivo: Nota-se que existe uma perfeita
simbiose entre si e o seu Presidente, Domingos José Lobo (Zezé). Os pedidos que
lhe fez, ou vai fazer, e refiro-me à contratação de novos jogadores, vão ter a
anuência dele?
António Águia: Sempre, se houve uma boa sintonia entre
todas as partes do clube até aqui, não iria agora impor qualquer contratação
sem o aval do mesmo.
FafeDesportivo: Tínhamos aqui conversa para muitas
horas. É fácil e agradável dialogar consigo, mas temos de encerrar esta
entrevista. Neste último espaço, totalmente seu, quer deixar algum
agradecimento, ou crítica, para alguém? Disponha…
António Águia: O meu principal agradecimento vai para
os grandes obreiros deste feito, os jogadores, sem eles nunca aconteceria nada
disto. Hoje pensamos em todos aqueles momentos de sacrifício por que passamos à
chuva ao vento ao frio, atletas com lesões, outros a quererem dar o seu
contributo e a não poderem, são esses momentos que nos ficam guardados na
memória. Se hoje me sinto uma pessoa melhor um treinador melhor devo-o a todos
eles “jogadores” obrigado. Um obrigado especial aos meus três colegas, mr.
Bravo, mr. Altino e obs. Marcelo. Não me poderia esquecer sem agradecer as duas
pessoas que constantemente davam o seu apoio diariamente nos treinos, Filipe e
Zezé. OBRIGADO A TODOS!
0 comments:
Enviar um comentário