Por: Abel Castro
O meu amigo Afonso, com 82 anos de idade, faleceu
ontem, dia 30 de Outubro de 2019.
O Afonso, como sempre o tratei carinhosa e
educadamente, “cruzou-se” comigo ao longo de variadíssimos anos, não só na sua
actividade profissional, onde era encadernador de livros de várias repartições
públicas da cidade, mas também, e aqui com mais frequência, no futebol.
O Afonso, conhecido pelos mais chegados pelo “Gundes”
e ainda pelo “Tito”, nome que repetia com frequência, foi um dos maiores
apaixonados que conheci pela sua Associação Desportiva de Fafe.
Era eu um rapazinho com pouco mais de cinco anos
e, pela mão do meu pai, acompanhava em casa e fora os jogos da AD Fafe nas
excursões que o Senhor Adolfo organizava de norte a sul do país.
O meu amigo Afonso era um fervoroso adepto que
não faltava a nenhuma, era praticamente cativo semana após semana.
Vivia os jogos do Fafe com tamanha intensidade,
que não conseguia ver um jogo sentado. O seu “lugar” era sempre junto ao “bandeirinha”
correndo quase como ele pela parte de fora. É verdade que esta opção do
malogrado Afonso, valeu ao seu Fafe alguns pontapés de canto, livres e
lançamentos de linha lateral, tanto em Fafe como fora.
Quando surgia uma jogada bonita do Fafe, ou um
golo, virava-se para os seus amigos da bancada e, de punhos cerrados e sorriso
aberto gritava incessantemente…”É um delírio!!!”.
Esta frase ficou-me para a vida e, sempre que me
cruzava com ele, o nosso cumprimento verbal era sempre este… “É um delírio” com
os sorrisos mútuos da praxe.
Um abraço meu amigo Afonso!
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