Redacção
FafeDesportivo recepcionou o texto abaixo melhor identificado, com pedido de publicação, que refere integralmente o seguinte;
O MANIFESTO DO CORPO
A condição de nascimento
influencia, e muito, as oportunidades, assim como o acesso às ferramentas para
aproveitar essas mesmas oportunidades.
O meu percurso de vida não reconhece
essas oportunidades.
Como descendente de uma outra geração aprendi a desconfiar
das oportunidades pré estabelecidas com o meu poder de escolha.
O poder de
escolher uma determinada opção ao invés de outras, eventualmente disponíveis.
Neste sentido, conferenciemos sobre o amor que nos une – O DESPORTO.
O desporto
pode ser a tal opção intrínseca ou eventualmente, a escolha influenciada pelos
nossos entes ou ainda terceiros.
Eu (nós) escolhi a natação para a minha
pequena.
Tenho a certeza que os nossos leitores dispensam a apresentação dos
benefícios da atividade em causa já para não falarmos da sua essência. De
facto, ela salva vidas. A pequena tinha três, quase quatro anos. Lembro-me como
se fosse ontem! Recordar é viver o seu primeiro dia de aulas. Um turbilhão de
emoções. Assim continuamos por um longo período de tempo. De uma escolha e
vontade consciente surge o nascimento de uma atleta. No passado, com treinos à
segunda e quinta-feira adaptados à sua tenra idade e agora, praticamente todos
os dias e ocasionalmente com treinos bi horários.
Acredito que a natação,
caracterizada pela disciplina, vontade e sacrifício contribuiu para a nossa
formação como pessoas, num todo quotidiano relacional e social.
A Atleta tem
hoje quinze anos e representa a Associação Desportiva de Fafe. Alguns anos
passaram e com estes, amizades, desafios e glorias. Muitas glórias querida
filha… O manifesto do corpo, da sua força psicológica foi interrompida pelo
infortúnio da lesão desportiva. O diagnostico da lesão crónica é compreendida
pelo uso excessivo de uma determinada área do corpo que envolve longas sessões
de treino e/ou movimento várias vezes repetido que advém dos erros de treino
consequentes da atividade física extrema e/ou técnica inadequada.
Neste sentido
os treinos da atleta em causa foram substituídas pelo repouso e pelos tratamentos
supostamente adequados como por exemplo a fisioterapia. Entretanto passaram
oito longos meses, cujo tempo deveria ser suficiente no registo de melhorias
significativas e consequentemente, o reingresso da atleta. No entanto isso não
acontece. O tratamento revelou-se ineficaz, obrigando à necessidade de outros
tratamentos e exames solicitados pelo respetivo médico do clube, como por
exemplo, a ressonância magnética que permite estabelecer um diagnóstico medico
mais preciso, já que possibilita a exibição em grande detalhe dos órgãos e
tecidos do corpo.
Neste sentido surge a tal questão, oportunamente
referenciada, das oportunidades e opções, neste caso e em particular, entre as
diferentes partes. A parte responsável tem a oportunidade (o dever) de agilizar
o processo através dos meios necessários oportunamente presentes no seguro
desportivo. Porém os mesmos optam por “meias palavras” sem qualquer
responsabilização real e entre ajuda perante as comunicações necessárias e
realizadas pela nossa parte. Assim o treinador em causa, para alem de postergar
a condição de lesão da sua atleta, onze anos de convivência, dedicação e
partilha para com as pessoas deste do club ADF, opta deliberadamente por
ignorar o percurso reconhecido e sucessivamente premiado da Atleta Júnior em
causa. Verifico portanto que as atitudes, as opções das pessoas reflectem o seu
ser como profissional e sobretudo como ser humano.
Por fim questiono - será o
infortúnio, origem da lesão ou das pessoas com quem nos debatemos? Será quezila
do treinador ou laxismo derivado de um carácter questionável? Certamente todos
teremos uma opinião.
Pai e Mãe de uma atleta:
Obrigada filha.
Obrigada para os
que fazem acontecer.
0 comments:
Enviar um comentário