FafeDesportivo à
conversa com Agostinho Bento
- Assumirmo-nos como candidatos foi prejudicial.
- A seguir ao Rui Costa, o Cesinha foi o melhor jogador que passou no Fafe.
- Fomos eliminados da Taça de forma inglória por uma equipa que lutou pela subida à 1.ª Liga.
- Abraço de solidariedade dos Fighters Boys foi muito reconfortante.
- Enquanto for treinador, serão premiados a qualidade e o mérito desportivo.
- Não fomos suficientemente bons para vencer o Pedras Salgadas.
- Mais importante que o meu futuro, é o futuro do Clube.
- Agradeço aos meus jogadores e aos familiares que sofrem em silêncio.
- Comissão de Gestão tem feito o possível e impossível para estabilizar o clube.
- Assumirmo-nos como candidatos foi prejudicial.
- A seguir ao Rui Costa, o Cesinha foi o melhor jogador que passou no Fafe.
- Fomos eliminados da Taça de forma inglória por uma equipa que lutou pela subida à 1.ª Liga.
- Abraço de solidariedade dos Fighters Boys foi muito reconfortante.
- Enquanto for treinador, serão premiados a qualidade e o mérito desportivo.
- Não fomos suficientemente bons para vencer o Pedras Salgadas.
- Mais importante que o meu futuro, é o futuro do Clube.
- Agradeço aos meus jogadores e aos familiares que sofrem em silêncio.
- Comissão de Gestão tem feito o possível e impossível para estabilizar o clube.
FafeDesportivo: Agostinho Bento, o Fafe assumiu
praticamente desde o início da época o primeiro lugar, refira-se, o que dava
acesso à subida. Na sua óptica, o que falhou?
Agostinho Bento: Primeiramente
gostaria de realçar que havia 4 ou 5 equipas tão favoritas como Fafe, não ao
nível do seu historial, mas em relação ao que realmente interessa que é a
qualidade do seu plantel. Em segundo dizer que ao assumir o primeiro lugar, estrategicamente,
sabendo que nos aumentaria a responsabilidade, pretendíamos que todas as
pessoas do concelho se unissem em volta da equipa e nos apoiassem de forma
incondicional e que as estruturas do futebol português nos respeitassem como
tal. Fazendo um balanço do que aconteceu constato que o feedback não foi o
pretendido e que assumir-nos como candidato foi prejudicial. Respondendo
concretamente a pergunta, julgo, tirando os aspectos que não podemos controlar,
faltou-nos personalidade nos jogos com as equipas do nosso nível. Demonstramos
que não eramos inferiores mas não tivemos argumentos qualitativos para ser
superiores.
FafeDesportivo: Achamos oportuno perguntar
novamente; A falta de Cesinha na equipa fez-se sentir, obviamente. Porque
motivo não se contratou um jogador com as suas características?
Agostinho Bento: O
Cesinha foi na minha opinião o melhor jogador que passou no Fafe após o Rui Costa.
Obviamente que era um achado e uma grande mais-valia para equipa, mas não posso
afirmar peremptoriamente que o campeonato seria diferente. Não contratamos
ninguém com características parecidas porque em primeiro não existiam naquele
momento jogadores sequer parecidos e porque não tínhamos argumentos financeiros
para contratar jogadores criativos e desequilibradores. Actualmente, face ao
seu orçamento, o Fafe paga pela sua interioridade e apenas restringe o seu
leque de recrutamento aos concelhos vizinhos.
FafeDesportivo: Nós acompanhamos todos os jogos da
A.D. Fafe, em casa e fora. Houve momentos que a equipa jogava melhor fora de
portas. Isso deve-se a que factores?
Agostinho Bento: Em
casa o Fafe tem mais dificuldades porque os adversários vêm jogar no nosso erro,
dando pouco espaço entre linhas e nas costas da defesa. Se o adversário não
arriscar e jogar de forma directa e juntar o seu bloco após a perda de bola,
precisamos criar esses espaços e aí são necessários jogadores ofensivos
criativos e desequilibradores que possam executar e pensar rápido e com eficiência.
Com organização e rigor consegue-se defender bem, mas para atacar com qualidade
é preciso mais qualquer coisa. Esbarramos novamente no orçamento.
FafeDesportivo: Apesar do Fafe andar sempre nos
lugares da frente, inclusive na liderança sem perder nenhum jogo, veio o
encontro para a Taça de Portugal com o Aves onde a A.D. Fafe sofreu a primeira
derrota. Isso deixou mossa no plantel?
Agostinho Bento: Sinceramente
não acho que a eliminação tenha feito mossa no plantel. A Taça de Portugal é um
sonho fantástico enquanto dura, mas todo o grupo tinha noção que os obstáculos
seriam grandes. Só lamentamos ter perdido o jogo, contra uma equipa que lutou
para subir à 1.ª liga, da forma inglória, mas com grande orgulho pela qualidade
do nosso jogo.
FafeDesportivo: A equipa do Fafe, exceptuando um ou
outro jogo, criava em média quatro a cinco oportunidades flagrantes de golo.
Contudo, na hora da finalização a bola não entrava. Deve-se à ineficácia dos
homens da frente? Deveria ter-se trabalhado mais estas situações?
Agostinho Bento: As
situações de finalização estão presentes em 90% das nossas unidades de treino. Não
acho que a falta de eficácia passe por aí. A finalização é um momento muito
aleatório que passa muito pela inspiração momentânea e pela tomada de decisão,
o que muitas vezes são incontroláveis. No entanto gostaria de lembrar que fomos
na nossa série a 10 clubes, com Bragança e Limianos, a equipa que mais golos
fez em jogos oficiais esta época-50 golos.
FafeDesportivo: Julgo que há um jogo que certamente
não esquece tão cedo, o que o Fafe disputou em Vila Pouca contra o Pedras
Salgadas. Uma vitória levava a A.D. Fafe para a fase de subida. Conte-nos o que
falhou nesse jogo…
Agostinho Bento: Sem
lamentar nada porque não vale a pena, simplesmente não fomos suficientemente
bons para vencer esse jogo. As duas semanas seguintes a este jogo foram
obviamente de enorme tristeza porque todos sentíamos que merecíamos mais e que
nos tinham tirado algo. O trabalho de motivação não foi fácil até porque,
confesso, nós, equipa técnica, apesar de não o demonstrar ao grupo de trabalho,
também estávamos desiludidos. Felizmente temos um grupo de jogadores de enorme
carácter e que facilitaram o nosso trabalho e que continuaram o seu percurso
competitivo. A prova disso são os números do nosso rendimento que não enganam.
Ao fim de 35 jogos oficiais, fomos o melhor ataque da nossa série (com Bragança
e Limianos), fomos a equipa que menos derrotas sofreu em todo o campeonato
nacional de seniores (80 equipas) e segunda melhor defesa de todo o campeonato
nacional de seniores. Nesse período, gostaria de realçar o gesto simbólico mas
muito reconfortante da claque Fighters Boys, que vieram ao treino dar-nos um
abraço de solidariedade e reconhecer o nosso trabalho. Para eles, muito
obrigado.
FafeDesportivo: Foi difícil motivar os jogadores
após o falhanço da fase de subida?
Agostinho Bento: Nestas
situações, obviamente, que o treinador tem que tentar manter o grau de
competitividade e explicar- lhes que poderemos passar a ser uma solução. Se nós
somos uns dos principais interessados não podemos desistir.
FafeDesportivo: Também nesta segunda fase do
campeonato, assumiu o primeiro lugar que veio a acontecer na última jornada.
Algumas vozes se levantaram contra si, nomeadamente no que concerne à não
aposta nos actuais ex-juniores. Explique-nos melhor, até para clarificar a situação,
porque motivo não colocou a jogar os jovens da formação a tempo inteiro…
Agostinho Bento: Não
gostaria de muito de dar para este peditório, mas posso reafirmar mais uma vez
que no meu grupo de trabalho, enquanto for treinador, serão premiados a
qualidade e o mérito desportivo. Nunca irei olhar para a idade, cor ou
naturalidade. Na vida, ensinaram-me que para beneficiar uns não devemos passar
por cima dos outros. Sei das dificuldades do Fafe mas devo, volto a repetir,
premiar o mérito.
FafeDesportivo: Após estes quatro anos no comando
técnico do futebol sénior da A.D. Fafe, vamos ter Agostinho Bento para o quinto
ano consecutivo?
Agostinho Bento: Já
tive oportunidade de dizer que não vale a pena falar do meu futuro, até porque
não o sei. Neste momento é mais importante o presente e o futuro do clube.
FafeDesportivo: Pretende deixar alguma mensagem, de
agradecimento ou crítica para alguém?
Agostinho Bento: A
primeira mensagem de agradecimento vai para o Prof. Ricardo, meu amigo para o
bem e para o mal. A segunda para a todo o nosso grupo de trabalho sobretudo os
meus jogadores, ao contrário do que alguns pensam foram fantásticos. A terceira
vai para os familiares de todos eles que sofrem em silêncio e os ajudam a
ultrapassar as tristezas. A quarta vai para os elementos da Comissão de Gestão
que têm feito o possível e impossível para estabilizar o clube. E a última,
para os adeptos do clube que nos apoiaram nas horas boas e menos boas e sei
continuarão a apoiar no futuro. A todos, muito obrigado.
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