Alarcón fugiu para a Camisola Amarela
Raúl Alarcón (W52-FC
Porto) está novamente de “Amarelo”. Em 2017 vestiu a camisola no segundo dia
para não mais a largar. Desta vez "esperou" pelo quarto dia para
atacar e ganhar vantagem sobre todos os adversários. Na chegada a Oliveira do
Hospital o espanhol conseguiu 30 segundos de vantagem sobre Vicente de Mateos
(Aviludo-Louletano-Uli) e 42 sobre Joni Brandão (Sportig-Tavira). Estas
diferenças deram-lhe a liderança da 80ª
Volta a Portugal Santander.
A
Etapa Vida, jornada solidária com 177,8 quilómetros que começou na Sertã,
atravessou os concelhos mais atingidos pelos incêndios do ano passado e
terminou em Oliveira do Hospital, foi marcada pelo domínio azul e branco. A
equipa dirigida por Nuno Ribeiro instalou-se na frente do pelotão para
controlar uma fuga que foi perdendo elementos durante as primeiras montanhas
até que um sexteto tentou a sorte. O esforço de Filipe Cardoso (Rádio
Popular-Boavista), Guy Niv (Israel Cycling Academy), Fredrik Ludvigsson (Team
Coop), Benat Toxoperena (Euskadi-Murias), Jon Irisarri Rincon (Caja Rural) e
Christophe Masson (WB AquaProtec-Veranclassic) pareceu sempre estar condenado
ao fracasso.
Com
uma subida de terceira categoria e outra de quarta já nos últimos 15
quilómetros, a chegada que se esperava seletiva acabou por deixar Alarcón com
uma liderança de 28 segundos após esta terceira etapa. Foi o espanhol quem
lançou o ataque com Vicente García de Mateos, Joni Brandão, Edgar Pinto
(Vito-Feirense-BlackJack) e Henrique Casimiro (Efapel) - todos eles candidatos
na luta pela geral - a responderem, mas nunca mais ninguém parou o espanhol. Tínhamos
planeado atacar na parte final. Tentei na subida, mas não foi possível.
Consegui na descida", referiu satisfeito Alarcón.
O
anterior líder, Rafael Reis (Caja Rural-Seguros RGA) perdeu tempo e desapareceu
dos principais lugares da classificação geral. Na meta de Oliveira do Hospital
foi brindado com um caloroso aplauso da multidão.
Marcelo juntou-se à Etapa Vida
O
novo comandante da Volta tinha o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, à espera na chegada e foi o próprio
presidente quem lhe entregou a Camisola Amarela Santander. "Esta etapa tem um significado
muito especial. É uma etapa pela vida e pela solidariedade. E com este calor é
duplamente significativa. Queria agradecer ao Joaquim Gomes, aos ciclistas
todos, ao vencedor que ficou com a camisola amarela porque foi um esforço
brutal, às piores horas, com a temperatura mais elevada. Também isso foi um
sinal de solidariedade. Não há desporto em Portugal sem a Volta. Porque a Volta
diz tanto a Portugal há tantos anos. Eu era criança e praticamente nasci a
discutir os campeões da Volta", afirmou Marcelo em mangas de
camisa rodeado de jornalistas.
O
presidente, em período de férias, não quis passar ao lado da Etapa Vida e
juntou-se à causa solidária organizada pela Volta a Portugal que abdicou das
receitas provenientes desta terceira etapa. Esta iniciativa tornou-se possível,
sem qualquer custo ou encargo financeiro para os municípios, devido ao apoio de
alguns dos patrocinadores da Volta - Santander, Liberty Seguros, Altice, Jogos
Santa Casa e Brisa. O Turismo do Centro e a Fundação Desporto, também foram
aliados nesta justa causa ao financiarem a acção de solidariedade. Para além de
Marcelo Rebelo de Sousa, muitas individualidades como o Ministro da Educação
Tiago Brandão Rodrigues, estiveram em Oliveira do Hospital.
Subida à Torre anulada
Perante as temperaturas altas que têm castigado o pelotão e para
diminuir o índice de dificuldade, a organização da Volta a Portugal decidiu
anular a subida à Torre prevista para a etapa deste domingo. O pelotão irá
subir as Penhas Douradas e o percurso regressará ao previsto em Manteigas, com
a chegada a permanecer nas Penhas da Saúde. A mudança implica um corte de 27,1
quilómetros. Serão 143,3, que vão começar na Guarda às 13 h
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