ADF
Vencedores no campo e na escola
Flávio Rodrigues (médio) – Engenharia biomédica U.minho
Não é uma tarefa nada fácil conseguir conciliar tudo uma vez que pressupõe um enorme sacrifico. São as viagens desgastantes, o impedimento de sair mais vezes pelo facto de ter de ficar a estudar para compensar o tempo que dispomos para o futebol, tudo isto agrupado acaba por ser complicado. Contudo, quando se gosta do que se faz qualquer esforço extra é bem aplicado. E apesar de ter lados menos bons, é certo que é muito gratificante poder ocupar um pouco do nosso dia a fazer aquilo que mais gostamos com as pessoas que nos são mais próximas, afinal aqui é uma segunda casa e uma segunda família. Aliado a isto surge a possibilidade de nos podermos afastar de alguns problemas e acima de tudo divertirmo-nos de uma forma responsável, pois cada um de nos tem uma função a desempenhar no grupo. De uma forma resumida, o que nos permite conciliar estudos e futebol é a paixão pelo futebol e tudo o que o envolve, que não pode ser explicada por palavras, tem mesmo de ser sentida!
Ricardo Ferreira (defesa esquerdo) – Desporto – IESF
Em termos escolares o objectivo passa por acabar o curso com uma boa média e talvez fazer mestrado em Treino de Alto Rendimento...
Em termos futebolísticos continuar a realizar uma boa campanha quem em termos individuais quem em termos colectivos e atingir o grande objectivo que é a fase de subida.
Mais tarde quando acabar a minha formação, o meu objectivo sendo eu atleta de 2.º ano é conseguir ficar no plantel sénior da AD Fafe...
Norberto Costa (defesa direito) - Marketing - Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto
Aos 18 anos, após terminar o 12º ano, não hesitei na minha escolha. Decidi o mais óbvio, prolongar a minha paixão, o futebol e, abraçar uma nova etapa, a Universidade.
A escolha foi fácil. Sempre soube que teria que continuar a minha formação escolar e tentar conciliá-la com o futebol. Ninguém me disse que seria fácil mas, eu arrisquei.
Todos os dias viajo para o porto para ter aulas. Há dias em que tudo corre bem mas, há outros de momentos menos bons. Independentemente do que aconteça, sei que ao final do dia eu regresso a Fafe para calçar as “botas” e treinar.
Ora, desta minha nova rotina sei que tenho que fazer um esforço maior do que muitos dos meus colegas. Chego a casa já muito tarde e pouco tempo me sobra para estudar. Faço novamente um esforço e, horas mais tarde, estou eu a acordar de novo para mais uma ida para o Porto.
Confesso que sem apoio eu não iria conseguir. Talvez, ao fim do primeiro mês, eu teria desistido. Mas não, não desisti e sei que o devo à minha família mas também, ao trabalho dos meus treinadores ao longo do ano.
A pressão desportiva é constante e tem muita influência em tudo o resto. O trabalho dos meus treinadores é essencial para o ânimo, para ambas as competições, para o sucesso e para me incutir que só com esforço e dedicação irei conseguir alcançar os meus objetivos. O rigor que transmitem é, muitas vezes, exausto mas, tenho consciência que só com esta disciplina é que conseguirei vingar nos dois campos em que jogo, o futebol e a faculdade.
O futebol deu-me responsabilidade, ensinou-me a optar, a fazer escolhas, a saber dizer “não” e a aprender a gerir o meu dia-a-dia. Nos treinos é-me incutido a gestão do esforço físico, saber estar no momento certo e são estes ensinamentos que eu levo para a minha vida académica. Saber aproveitar todos os minutos e as oportunidades fazem com que a minha gestão seja mais eficaz.
Kevin Pereira (avançado) – Desporto – IESF
Quando cheguei à AD Fafe, os jogadores fizeram com que me sentisse integrado desde início, desde do principio que sentia uma boa atmosfera no grupo e que cada um deles tinham objectivo para cumprir. Ao nível escolar foi um pouco mais difícil, mas já conhecia o Ricardo (que já jogava comigo) e foi uma mais valia pois fez com que fosse tudo mais fácil. Mas agora já conheço toda a minha a turma e dou me bem com todos eles .
Nuno Agostinho (médio) – Engenharia Mecânica – U.Minho
O segredo consiste em ter organização e estabelecer prioridades. Há tempo para tudo um pouco. Claro que nem sempre é fácil e é necessário uma grande capacidade para gerir o meu tempo, mas por este clube faria qualquer coisa. Já vou para a décima segunda época a representar o Fafe e nada me faria desistir. Como se costuma dizer, “Quem corre por gosto não cansa”. Qualquer pessoa consegue gerir várias ocupações num dia desde que faça as coisas com gosto e perseverança. Comigo torna-se mais fácil pois o simples facto de chegar ao fim de um dia super cansativo e lidar com as pessoas fantásticas que tenho no meu plantel e equipa técnica paga todo o esforço que possa ter. Mais fácil se torna por carregar o símbolo da A.D. Fafe ao peito.
João Costa (Defesa Central) – Contabilidade – Universidade Lusíada Famalicão
A mensagem que eu gostava de passar aos meus colegas, é simples, é que é possível conciliar a vida académica com o futebol. Não é fácil, é verdade, mas não é impossível.
Não é errado pensar nos estudos como segunda opção, errado é não prepara-la para a qualquer momento passar a ser a primeira. Temos que ser realistas e ver que o Futebol não é para todos é para alguns só. Tudo esta bem como de repente tudo esta mal. Posso dar o meu exemplo, no ano passado sofri uma lesão que me deixou de fora por 6 meses, a época toda sensivelmente, momentos por quais não quero voltar a passar. Mas agora olho para trás e vejo que não foi assim tão mau, pois comecei a ver o mundo de outra maneira, deixei de ser “iludido” e pus os pés nos chão e passei a dar mais valor a escola e ver o que de bom ela me pode trazer.
Para finalizar, não deixem de lutar pelo vosso sonho, não sejam iludidos e joguem pelo seguro, é o vosso futuro que esta em jogo.