Da Tribuna do FafeDesportivo
Ainda o jogo (muito inabitual) G.D. Chaves – A.D. Fafe
Manhã cedo, muni-me dos meus utensílios para a minha habitual reportagem, e lá fui de abalada até Chaves na companhia de uns amigos dos futebóis.
Durante a viagem, confidenciava
aos meus companheiros que não gostei nada de saber da nomeação de um árbitro do
C.A. Porto, Carlos Filipe Brandão Carvalho Reis. Porquê? Eu passo a explicar o
teor da nossa conversa;
Tratando-se de um jogo que
poderia colocar a A.D. Fafe no segundo lugar, ou aproximar mais o G.D. Chaves
do primeiro, o que veio a acontecer, não concordei de forma nenhuma que o juiz
de tão importante jogo de futebol fosse um jovem com 31 anos, recentemente
feitos. Obviamente, pensei tratar-se de um árbitro ainda imberbe para estas
andanças, mais concretamente para este tipo de jogos.
Sendo um autêntico desconhecido
para mim, eu que ainda vi apitar o Joaquim Leite, o Armando Paraty, o Melo
Acúrsio, o João Rosa, o Rosa Santos, o António Garrido, o Porém Luís, o
Francisco Silva, o Fortunato de Azevedo, o Azevedo Duarte, o José Silvano, o
António Eustáquio, o José Pratas, o Vítor Correia, etc… e também o melhor
árbitro do mundo, Pedro Proença, numa reportagem que levei a cabo no último
jogo da época passada em Moreira de Cónegos, que ditou a subida destes, procurei,
porque sou “curioso”, saber quais as aptidões deste jovem que adoptou o nome de
Filipe Reis na arbitragem.
O início da partida entre Chaves
e Fafe, até me fez esquecer que este jovem árbitro, que integrou, ou integra os
Órgãos Directivos do Núcleo de Árbitros Francisco Guerra, no Porto, era
inexperiente. Porque foi soberano ao expulsar aos 3 minutos o defesa flaviense
Celso, que derrubou ostensivamente Filipe que seguia isolado para a baliza. Impecável
na decisão, correcta, o juiz da partida!
Contudo, tive em simultâneo uma
má premonição, é verdade que tive. Confirmou-se aquilo que o meu cérebro me
transmitiu porque;
1 – Aos 14 minutos Tiago André
viu um cartão amarelo. Aos 23 foi Badará. Aos 24 foi João Nogueira e por aí
adiante. Estes dois últimos foram escandalosamente expulsos com a amostragem da
segunda cartolina amarela, na segunda parte.
2 – Isto revela o seguinte; O
Fafe em superioridade numérica tentou tirar partido desse factor, mas o Sr.
árbitro entendeu que os fafenses recorriam à falta para chegar à baliza do
Chaves.
Intervalo: 0-0.
Na segunda parte, o árbitro que
ainda há três anos apitava nos distritais do Porto, e que ascendeu este ano à
2.ª Nacional, com dois jogos efectuados nesta divisão ao cabo de 16 jornadas,
um Boavista – Infesta e o Padroense – Varzim, mostrou então a toda a plateia do
Estádio flaviense que não merece andar por cá, ainda.
O jogo continuava empatado, o
Chaves jogava com dez, João Nogueira veio para a rua com o segundo amarelo, por
ter feito um desarme limpinho. Pior ainda, terrível mesmo, foi a expulsão de
Badará que, em nosso entender, foi agarrado pelo guarda-redes do Chaves, era
penalti, mas veio para a rua! Que injustiça tremenda!
Ao nosso lado, comentavam alguns
simpáticos adeptos flavienses… vai ficar caro ao Fafe o facto de “ele” nos ter expulsado
o nosso jogador aos 3 minutos! E não é que os senhores até tinham razão!?
Mas a maior vergonha, aquele “crime”
por si cometido foi aos 91 minutos. André fez um desarme limpo na área do Fafe,
já descaído para a esquerda, e o Sr. Árbitro da 2.ª Divisão Nacional do Futebol
Português, marcou penalti. É verdade, marcou penalti! Impressionante!
O Chaves ganhou e está na luta
pela subida. O Chaves é um clube simpático de que quase todos os fafenses
gostam. Quando o Fafe joga em Chaves é uma festa!
Mas o Sr Árbitro da Segunda
Divisão Nacional de Futebol, não sabe que deu um valente murro nas aspirações
do Fafe. Num clube que chegou atrasado à cidade transmontana, devido a avaria
no seu autocarro. Num clube que teve de fazer uma alteração na equipa mesmo em
cima do início do jogo por lesão de Miguel Mendes. Num clube onde pontificam
grandes e enormes jogadores de futebol, que mereciam ordenados bem mais altos
que outros colegas adversários que têm defrontado. Porque são, indubitavelmente
melhores!
Carlos Filipe Brandão Carvalho
Reis, poderá ser um excelente profissional, empregado de armazém, espero
sinceramente que o seja com muito êxito e por muito tempo.
Mas, Sr Árbitro de Futebol da
Segunda Divisão Nacional, não se engane a si próprio e diga aos seus
responsáveis para o devolverem depressa aos escalões distritais. Mas vá
depressa! Porque se o não fizer rápido, corre o sério risco de lá chegar e
constatar que os seus colegas já lhe estão por cima, nomeadamente no que
concerne à RECTIDÃO que deve ser aplicada, aqui ou na China, na condução de um jogo de futebol.
Abel Castro