domingo, 21 de maio de 2017

Opinião: Treinador do Fafe não teve paciência e levou goleada!


Texto e foto: Abel Castro


Custa-nos ler alguns títulos e opiniões de pessoas que não entendem patavina de futebol. Gente que nunca lidou directamente com jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes. Refira-se que futebol, não é a mesma coisa que jogar a bola, ou seja, são coisas completamente antagónicas que escapam a alguns dos menos informados do que é o desporto mais importante do mundo, na minha opinião, o futebol, por onde passei durante 23 anos da minha vida de forma ininterrupta, praticamente sempre com grandes treinadores, alguns deles ex-brilhantes atletas da AD Fafe, árbitros que chegaram à 1.ª Divisão Nacional e Dirigentes com magníficas provas dadas. 

O treinador Manuel Monteiro, pessoa afável e extremamente simpática e comunicativa, veio para a AD Fafe com a dificílima missão de evitar a descida do clube. O seu discurso inicial foi de coragem, vontade e optimismo, chegando inclusive a dizer que com ele o Fafe iria permanecer na II Liga, sendo inclusivamente ovacionado por todos na sua apresentação.

Na verdade, nos sete jogos em que comandou a nau fafense sem qualquer tipo de contestação, Manuel Monteiro tinha 21 pontos em disputa. Desses, somou apenas nove, vitória em Vizela 1-0, mais um triunfo em Barcelos 3-1 e mais três pontos em casa com o Varzim que estreou um jovem guarda-redes do seu plantel, perdendo os restantes quatro jogos, o primeiro na Cova da Piedade, adversário directo por 3-1 na sua estreia, voltando a perder em casa contra um misto de juniores e juvenis do Benfica "B" por 0-1, seguindo-se nova derrota contra mais um adversário directo, o Ac. Viseu por 1-3 e finalmente nas Aves por 3-0.

Com as vitórias em Barcelos e em casa contra o Varzim todos voltamos a sonhar, porque somamos seis preciosos pontos mas, convém ser justo e dizer que o Fafe também beneficiou do péssimo campeonato que Leixões e Vizela protagonizaram nesta ponta final, caso contrário, o Fafe já teria descido há umas jornadas atrás.

No jogo das Aves Dmytro teve um lance infeliz e marcou um auto-golo. 

O Fafe não vacilou, jogou sempre de caras com o Aves e o seu guarda-redes começava a tornar-se na figura do jogo. 

Paralelamente, o Aves ficou privado de Ericson aos 32 minutos por suposta agressão a Reinildo e o Fafe ficou em superioridade numérica.

No início da etapa complementar, a AD Fafe encostou de novo o Aves às cordas obrigando o guardião destes a tornar-se então o melhor homem em campo.

Com o Leixões a perder em casa com o U. Madeira, bastava um simples ponto ao Fafe para aceder ao play-off, era preciso manter viva a chama e essencialmente a tranquilidade. Mas depois vieram as alterações na equipa que deitaram tudo a perder.

Vejamos... Com o Fafe a perder pela margem mínima, Sarkic entrou para o lugar do lateral direito Marco André aos 57' minutos, sendo que Sarkic quase nem tocou na bola, recuando o trinco André para lateral, posição onde nunca jogou nem está rotinado, fragilizando-se desde logo uma zona nevrálgica como é o centro do terreno.

Depois, aos 70' minutos, saída de mais um lateral, Jota, o segundo defesa a abandonar o jogo, para o recuo de Reinildo, com quilómetros nas pernas e muito interventivo na frente, a baixar para lateral esquerdo, entrando Leandro Borges, que não tocou na bola.

Depois, aos 79' minutos, Manuel Monteiro voltou a mexer, introduzindo na equipa Pedro Pereira para o lugar do central Carvalho, o terceiro defesa a sair, com André a conhecer a sua terceira posição num só jogo, deambulando para central e, para espanto de tudo e todos, a ordenar que Digas, recuasse para lateral direito, onde nunca actuou.

A partir de então a equipa ficou totalmente descompensada, desorganizada, quando até aí e a jogar contra 10 homens ameaçava marcar o golinho que tanta falta fez ao Fafe.

O Aves aproveitou o desnorte táctico do Fafe e aos 82' minutos elevou para 2-0.

Depois pelo flanco direito, os avenses marcaram o terceiro golo perfeitamente à vontade aos 88', com Amorim a cruzar sem oposição para Leandro encostar para o 3-0.

É nossa opinião, que ao técnico do Fafe faltou paciência para esperar por um golo do empate que se estava a desenhar, e aí sim, podia introduzir então no jogo Landinho e Azemovic e aí a igualdade era mais que garantida.

Convém referir e reforçar que, ao mister Manuel Monteiro não devem ser imputadas quaisquer responsabilidades pela descida do Fafe, pois o mal há muito estava feito a esta equipa.

Como dizia e muito bem António Oliveira ex-seleccionador nacional de futebol... "não é só com avançados que se ganham jogos"










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